quarta-feira, agosto 29, 2007

Oráculos

Oráculos sempre tiveram uma importância grande na minha vida. Sempre que me acontece algo marcante, eu penso: bem que o Personare me avisou, eu que não entendi o recado. Eu acredito em horóscopo, tarô online e sorte do dia do Orkut. Recentemente, a Sabrina me lembrou que eu também acredito em Sapino, que era o oráculo mais popular da petizada da terceira série do Sesi 413 (e da maioria das escolas nos anos 80) e podia ser desvendado por qualquer um que soubesse o alfabeto. Eu acreditava com tanta força no Sapino que chorava toda vez que dava O, de ódio. Dessa vez deu N, de namoro. Faço figas.
Mas daí que eu tenho um Ipod, néam. E eu descobri que, além de ser uma bolha imediata de autismo, o Ipod também é um oráculo. Minha brincadeira preferida agora é dormir com ele do meu lado e colocá-lo no ouvido assim que o despertador toca, às 6h45 da manhã. Eu ligo no Shuffle, escuto o que toca e já sei como vai ser o resto do meu dia. Hoje tocou Long Legs, então eu já sabia que o dia ia ser luxo. Ontem, foi Fight Test e eu fiquei meio confusa com a mensagem, it's all a mistery etc. Mas no final tudo fez sentido. Já na segunda a música do dia foi Miss Misery e eu me abstenho de comentar a merda que foi. Desnecessário se faz. Teve um dia aí que tocou I wanna be sedated e eu nem saí da cama. Porque eu levo a maior fé noIpod. De verdade.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Autista

Planejei todo o final de semana bem bonitinho. Assistir a 4 filmes seguidos no cinema, para compensar a lacuna de meses, comprar roupas de frio e víveres para o meu lar inabitado e ainda encontrar miguxos no que restar do sábado.

Daí a TV à cabo voltou. E eu a abracei tanto, tanto e pedi que ela nunca mais me abandonasse. Porque ela é a única sem a qual eu realmente não sei viver. Vocês não tem noção do quanto a minha vida ficou chata nesses 24 dias. Tipos que eu não tinha assunto nenhum mesmo e contei os dias. Fui riscando no calendário e tudo.

E daí que a perspectiva de um final de semana absolutamente autista, tomando sorvete enroladinha nas cobertas e ficando com dor na vista de tanta televisão, está me provocando loucura. É quase indecente a minha felicidade. E eu vou ficar mais três meses sem ir ao cinema e sem ver o porco aranha e sem ter o que comer.

Isso me assusta um pouco, sabe? Eu achar a vida tão mais incrível quando estou sozinha com a minha televisão.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Passional

Eu acho que o drama é absolutamente necessário na vida das pessoas. Tenho horror de ir a um restaurante, por exemplo, e ver aquele casal que troca tipo 3 frases durante as duas horas que passa lá. E uma delas é "Me passe o sal". Eu prefiro o casal que joga água na cara um do outro e vira a mesa. Não tem classe, mas tem emoção. É vermelho (ou roxo de vergonha, como queiram), não bege. Tenho horror de bege. Não fica bem em roupas, sapatos, comida ou emoções. O bege não serve pra nada.

Na verdade esse post não tinha nada a ver com cores. Ele saiu de uma frase que a Dani soltou essa semana e que me caiu como uma luva:

Eu vou pedir de Natal duas coisas: um homem passional e um que caia em minhas chantagens emocionais... porque estes são meus sonhos de consumo.

Pessoas passionais e a Warner te fazem sentir. Mesmo que seja ruim. Eu prefiro sentir o que quer que seja a não sentir nada. E desde que a passionalidade (essa palavra existe?) não inclua agressões e tiros e facadas, porque eu sempre associo a palavra "passional" à crime.

E tudo isso foi só pra eu poder dizer que acho que ali no espaço de "relacionamento" do orkut devia ter a possibilidade de colocar "apaixonadzinha". Porque às vezes é a única definição que importa, néam?

Nhóim, eu tenho 12 anos.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Anta


Paisagi
Upload feito originalmente por sussu1
Essa foto era pra ter entrado no post anterior. Mas eu ainda não sei coordenar as ferramentas todas.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Acampamento

Daí eu estou na terra do leite quente com os calégas. Trabalhando feito uma louca, mas me divertindo mais ainda. Ontem almoçamos no japonês, jantamos no mexicano e tomamos muitas vozes de dodka no russo. Tudo super poser. Essa é uma constatação sobre essa cidade. É tudo lindo e limpo e simpático, mas cenográfico. As coisas não parecem de verdade, eu fico esperando o Antônio Fagundes e a Regina Duarte saírem de trás da pilastra e começarem uma cena a qualquer momento. Outra constatação é que há um puteiro para cada três habitantes. Nunca vi tanto puteiro na vida. Nice.
Fora isso, o flat onde nos instalaram é duas vezes maior do que o meu apartamento e eu me visto melhor do que a maioria das meninas que eu vi na rua até agora. E estou gostando demais de viver numa república com os meus calégas, que são as pessoas mais queridas da vida. Logo, a minha vontade de ir pra casa é zero. Hoje me lembrei que já é quarta-feira e uma lágrima escorreu melancólica pelo meu rosto. NÃO QUERO IR EMBORA.
Fora que aqui tem TV à cabo e pessoas que arrumam minha cama. Portanto, se alguém quiser se apossar do meu apê velho, pequeno e desarrumado em SP, fique à vontade.

sábado, agosto 11, 2007

Weeeeeeeee!!!

Eu preciso fazer malas, hidratar o cabelo, providenciar uma babá para os meus gatos, encher a despensa, dormir (hábito absolutamente excluído da minha rotina nas últimas semanas). Toda uma lista interminável de afazeres. Mas estou com um Ipod novo em uma mão e os três episódios finais de Heroes na outra. Criança em loja de doces perde.

terça-feira, agosto 07, 2007

Porque eu estou amarga

E porque a vida é mesmo um travesti, afinal de contas.

Maria del bairro style

No fim, acho que era tudo fome. Não preciso de lobotomia, preciso de uma feijoada completa.

domingo, agosto 05, 2007

Bipolaridade dominando a área

Porque eu não tenho nem um minuto igual ao outro, o que dirá um dia. E como não dá pra congelar o tempo, o dia perfeito acabou e deu lugar ao pior dos dias. Ou um dos piores. Uma delícia essa gangorra emocional.
Eu já me senti mal comigo muitas vezes. Com vergonha, arrependida, confusa, fodida, com ódio. Essas coisas básicas. Mas feito lixo, eu nunca tinha me sentido, não. Até hoje. Porque eu percebi que não me conheço nada, que não consigo prever minhas reações, que não sei por que faço as coisas até ter feito. No caminho, fica um monte de gente nocauteada. E daí eu acho que vai ser sempre assim, que não importa como eu faça as coisas, eu vou foder tudo invariavelmente. Sempre achei engraçadinho ser assim meio impulsiva, meio inconsequente, meio querendo ir até o limite pra ver o que acontecia depois. Só que não dá mais pra ser assim, olhar no espelho dói de um jeito quase insuportável. E não é tanto pelos outros envolvidos, embora pensar neles também me dê dor de estômago. Estou preocupada em saber por que eu me comporto dessa forma. Estou com dificuldade em aceitar que talvez eu seja mesmo um filha da puta e pronto. Porque eu não queria mesmo ser, mas tenho medo de estar nos genes, sei lá. Queria parar de jogar fora as coisas boas que eu consigo, queria parar com auto-sabotagem. Mas, de novo, eu só percebi isso agora que é tarde demais. Não sei se tem remédio pra essa coisa, ou se lobotomia resolve. Se tiver, eu quero. Porque está ruim além da conta.

*porque fazer desabafo em blog, esse lugar tão adequado, condiz muito com a minha idade mental.

sábado, agosto 04, 2007

Suspira

Eu queria poder congelar as últimas 24 horas E revivê-las ad eternum, como no dia da marmota. E eu que nem sabia que a vida podia gritar tanto.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Pizza e poderes

Nerds de verdade gastam bastante tempo pensando nos super poderes que gostariam de ter. Eu penso muito nisso, mais do que me orgulha contar. Teletransporte é meu favorito, mas já cogitei invisibilidade e metamorfose. Porém, de volta a vida de solteira, têm me ocorrido que alguns outros superpoderes também seriam muito bem-vindos. Tem um em que eu sempre penso e adoraria ter: o da transformação em pizza. Porque muitas vezes já quis transformar rapazes em pizzas de quatro queijos, sabe?

Está tudo muito bem, muito gostosinho, muito relaxado e daí o cidadão diz alguma merda. Ou fica querendo "definir a relação", ou tendo uma crise de pânico porque acha que você quer casar e ter oito filhos, ou tendo um chiliquinho porque você deixou claro que não quer nada além daquilo mesmo que acabou de acontecer. Tem sempre um porém pra encher o saco. Invariavelmente.

Se eu tivesse meu poderzinho, nesse momento ele viraria uma deliciosa e crocante pizza, eu mataria a fome e dormiria feliz e satisfeita, com a cama inteira só pra mim. No fim, estou começando a achar bem boa a idéia de ser a véia do gato. Porque só de pensar nisso me dá uma preguiça tããããão grande. Que Heroes, que nada, viu? O que salva é a pizza.