segunda-feira, outubro 23, 2006

Realismo fantástico

Não é nada saudável o que eu sinto pelas pessoas aqui e eu sei que só vai me dar rugas. E eu tento ser um serrumano melhor todas as manhãs, venho pensando que daqui pra frente tudo vai ser diferente e eu vou conseguir ter paciência e acreditar que eles são jovens e tolos. Mas em 5 minutos meu coração já está tomado de desprezo. Entreguei pra deus. No qual eu nem acredito, mas ao qual ainda rogo por uma surdez seletiva.

E sábado foi o dia mais surreal ever. Com direito a ebós e clonagens. A história do ebó é longa e confusa, mas a da clonagem é muito simples: meu cartão foi clonado e eu fiquei na rua com 30 centavos na bolsa e carinha de choro. Dependendo da bondade de estranhos. Já me vi como aquelas pessoas que ficam pedindo dinheiro para a passagem no ponto de ônibus. E imaginando que ninguém ia acreditar em mim, como eu nunca acredito em quem me pede. No fim nada foi tão dramático, até pude passar a tarde no bar. Façamos uma ola ao cartão de crédito e aos amigos que dão carona.

Mas até que chegue meu cartão novo, eu tenho zero dinheiros. Mais Blanche do que nunca. E estou sentindo alívio. Porque quando você não tem dinheiro, não precisa ficar pensando se compra ou não isso ou aquilo, qual conta vai pagar e em qual vai dar o calote e nem se consumindo porque gastou mais do que devia. Você não tem opção ? não tem problema, portanto. Vou é deixar o povo todo me sustentar, porque já está mais do que na hora de eu ser um fardo, segundo meu horóscopo na Piauí.

terça-feira, outubro 17, 2006

Dudiri-di, duduri-da

Como a Dani, também estou numas de não caibo em lugar nenhum. No trabalho, quero ir pra casa. Em casa, quero ir pro trabalho. Mas o que eu quero mesmo e apenas é ir à manicure e ficar lá por três dias, fazendo chapinha de hora em hora.

Sonhei que estava no show do Café Tacuba, usando uma bermuda de lycra de ginástica e meia-soquete, com as pernas brancas e peludas à mostra, dançando mambo. Acordei suada, tremendo de vergonha, tentando entender o que o meu subconsciente quis dizer com isso. Em vão.

Pelo preço que a Blockbuster cobra pela locação, eu devia pelo menos selecionar melhor o que alugo. Mas toda vez que entro lá me dá uma vontade irresistível de pegar filmes da Jennifer Aniston.

"O Alckmin podia ter feito muita coisa, mas o inaceitável é pentear os fios de um lado pro outro, tentando tapar o sol com a peneira. Se um cara faz isso com ele mesmo, imagina o que vai fazer comigo?Agora alguém me explica porque o Rodrigo Santoro ou o Bruno Garcia não se candidatam? Neles eu votaria, assim, sem o menor problema."

Eu queria que vendessem dormonid na mercearia da esquina, pra eu tomar feito balinhas, dar aquela voadinha durante o expediente e fingir que não reparei que o cabelo do estagiário novo é tingido de acaju. Tudo é tããão mais difícil quando você está de posse das faculdades mentais todas, meu deus.

terça-feira, outubro 10, 2006

Porque eu partilho mazelas

A porta do armário nem fecha de tanto sapato que há lá dentro e há três semanas que eu só uso tênis. E é sempre o mesmo modelo de tênis, só muda a cor, porque os outros dois modelos machucam quando ando muito. Daí fiquei achando que hoje ia acontecer algo de muito incrível na minha vida e resolvi colocar um sapatinho mais ajeitado. Não que algo de muito incrível estivesse agendado para hoje, eu apenas acordei achando isso. O universo, as energias e tudo o mais.

Daí, o sapato. Já calcei com um band-aid, só pra prevenir. E decidi trazer mais um band-aid na bolsa, para prevenir ainda mais. Quando peguei o band-aid, vieram dez de uma vez e me deu uma preguiça de devolvê-los para a caixa e acabei guardando todos na bolsa. Mais cedo ou mais tarde eu ia precisar, afinal de contas. Bom, são 17:52 e eu já usei oito, daqueles dez. E o maldito sapato continua achando pontos desprotegidos para machucar. O que era pra ficar bonitinho ficou ridículo e eu quero simplesmente ficar descalça, mas está chovendo e eu tenho nojo de pisar no chão da rua molhado e cheio de leptospirose.

O fato é que não há elegância possível na pobreza. E nada de incrível aconteceu hoje, pelo menos até agora. A não ser que a deformação dos meus pés possa ser considerada incrível, já que eles nem sequer parecem pés mais.

PS.: Mas eu descobri que dá pra comprar sapatos lindos que eu nunca vou usar porque causam dor pelo e-bay. O céu é o limite e fodeu geral.

PS2.: Vi Edukators no Telecine ontem.
Eu só falei pra vocês não ficarem pensando que eu sou fútil e só falo de sapatos e para parecer cool porque vejo filmes alemães. Mas o filme é veio e foi no Telecine e eu meio que vi só por causa do menino, né? Então, fiquem à vontade, porque eu não me dou realmente ao respeito.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Atrasadzinha

Só descobri o Last.FM agora, quando todo mundo já enjoou dele. Ainda assim, estou toda apaixonadinha por ele e tudo. Mas daí eu saio para almoçar e esqueço de desligá-lo e, quando volto, está registrado para todo o sempre que eu ouço Shania Twain, Lisa Marie Presley (heim??)e Aqua. Tudo porque eu não estava aqui pra pular essas músicas e agora meu gosto musical vai ser julgado por esses deslizes.
Não tem graça nenhuma isso.

segunda-feira, outubro 02, 2006

São Paulo, terra boa

Fala a verdade, dá gosto ou não dá morar aqui heim, gente? Com toda essa gente bonita, inteligente, esclarecida, consciente? Três vivas pra São Paulo, o Estado mais inteligente do Brasil.

Estou começando a achar que recomeçar a vida na Nicarágua pode ser bem melhor. Deve doer menos.