quinta-feira, maio 31, 2007

Um post para as paredes

Fazia tempo que eu não lia o blog dela (e o de ninguém, porque está tudo tão atribulado). Fiquei pensando nessa coisa toda do luto. Porque eu tinha exatamente os mesmos sonhos que ela descreve lá, e fiquei sonhando assim por um bom tempo, mais de um ano. E sentia e pensava as mesmas coisas. E fiquei meio mística por algum tempo, achando que ela podia estar me dizendo coisas, mesmo não acreditando que pessoas mortas se comuniquem com pessoas vivas. Não tem muita lógica na cabeça de uma pessoa profundamente deprimida.

O fato é que eu também passei a vida inteira acreditando que morreria se minha mãe morresse. Eu abanava esse pensamento, porque doía tantotanto. Daí ela morreu e eu não. E eu fiquei me sentindo extremamente culpada por não ter sequer desmaiado, sequer caído no chão. Eu estava no trabalho quando recebi a notícia. Eu não chorei. Só avisei que precisava ir para casa, que já nem era a minha casa mais (e eu me senti culpada por isso também, porque talvez se eu não tivesse saído de casa ela não tivesse achado que sua missão no mundo tinha acabado e não tivesse morrido). Meu chefe me levou, mas eu não lembro direito do que aconteceu à tarde nem no mês seguinte.

Mas a gente não morre quando perde a pessoa que mais ama, né? Se assim fosse, a humanidade já teria se extinguido. Mas um monte de coisa nossa morre, sim. Ou nasce, eu não sei. Eu tenho rugas hoje que não tinha um mês antes daquele dia. Eu tenho um jeito de olhar que eu nunca tive. Eu tenho mais preguiça das pessoas do que jamais tive. E acontecem coisas estranhas. Tipo sábado, que eu me diverti tantotantotantotanto. Daí cheguei em casa e, na hora de dormir, comecei a me achar um monstro por ter me divertido tão absurdamente. Afinal fazem SÓ dois anos e como eu posso simplesmente esquecer o assunto?

E eu já não tenho mais aqueles sonhos. Raramente sonho com ela. Raramente tenho insônia. Nunca perco a fome. E acho que estou sempre devendo esse sofrimento a ela, que era o mínimo que eu devia fazer - sofrer eternamente, para demonstrar o quanto eu sinto falta dela. Ou pelo menos falar mais sobre isso. Não para vocês, digitais, mas para pessoas de verdade. Eu nunca falo. Me sinto desconfortável com o sofrimento, meu e dos outros. Acabei achando um jeito de processar essas coisas cá comigo, e que funciona. Mas daí, quando eu leio ou ouço ou assisto esses sentimentos todos tão em comum com os meus, fico verborrágica. Não sei se é bom ou ruim, dividir essas coisas, porque tem horas que a gente QUER ser única e mais atormentada que os outros. Mas hoje eu acho que falar pode ser bom, nem que seja para eu ver or progressos que fiz de lá para cá.

quarta-feira, maio 30, 2007

All about Eve

Me, me, me.

- Nome: Suzanita. Porque yo soy muy gente.
- Idade: 28. Mas com umas idéiazinhas de 16, heim.
- Em caso de emergência, chamar: Hiro Nakamura
- Em caso de tédio, chamar: Lorelai Gilmore
- Em caso de não saber a quem chamar, chamar: Ewan McGregor, que levanta até defunto.
- Tipo Sanguíneo: A positivo
- Alergias: Nenhuma conhecida
- Tatuagens: Em élfico, si.
- Quantidade de dentes originais: Mas heim?
- Alguma vez quebrou algo? Apenas computadores
- Filmes que te dá vergonha quando alguém gosta: Os do Vin Diesel
- Livro favorito: (ex. O Nome da Rosa): Eu queria muito dizer Crime e Castigo. Mas é As Brumas de Avalon.
- Livros que disse que leu, mas na realidade só viu o filme (ex. O Nome da Rosa): A Fogueira das Vaidades. E O Nome da Rosa
- Cidade favorita: Stars Hollow, pela minha total e indesejada falta de conhecimento de cidades.
- Comida favorita: Morta.
- Palavra favorita: Livraria.
- Disco favorito: Não sei responder isso. Para falar de disco a gente sempre tem de parecer cool e entendido e hypado. Eu não me sinto capaz. Até porque os que eu mais ouço são aqueles que eu mesma gravei, modéstia à parte.
- Vista panorâmica favorita: A da minha janela realmente me agrada.
- Escola de psicologia favorita: A São Marcos, que é tão pertinho de casa.
- Conceito abstrato favorito: A natureza neoplatônica da filosofia medieval escolástica
- Filme de Woody Allen favorito: Love and Death, Annie Hall, Os Trapaceiros e Match Point. Olá, meu nome é clichê.
- Deus favorito (ex. Visnú): Ewan McGregor
- Você é alto? Sim [] Não [x] Não sabe, não contesta [ ]
- Entendeu o último filme de David Lynch : Sim [] Não [] Anão dançando foxtrot [x]
- Fobias: Barata, dentista e Zumbis
- Secredo inconfessável: Eu já confessei, para a pessoa errada.
- Você é: Ultra-direita [X] Esquerdistazinho [ ] Ambíguo [] Não sabe, não contesta [ ]
- Beatle favorito: J. [x] P. [ ] G. [ ] R. [ ]
- És amigo do alheio (ladrão, gíria hispânica, hugo chavez usa o termo)? Sim [] Não [x]
- Comerciais te deixam nervoso? Sim [X] Especialmente o do menino que quer fazer cocô na casa do Pedrinho. Não [] Não sabe, não contesta []
- Livros de auto-ajuda te deixam nervoso? Sim [X] Não [] Não sabe, não contesta [ ]
- Questionários te deixam nervoso? Sim [] Não [X ] Não sabe, não contesta [ ]
- "Não sabe" e "Não contesta" são a mesma coisa? Sim [ ] Não [x] Não sabe, não contesta [ ]
- Explique em vinte palavras ou menos, por que O Nome da Rosa, de Umberto Eco, se chama assim: Porque Umberto achou que “Páginas amargas” ia dar muito na vista.

*Peguei de um blog que descobri hoje, enquanto pesquisava a respeito de Polyphonic Spree, e agarrei amor. Ando agarrando amor com muita facilidade ultimamente, vide Polyphonic Spree e Mika.

*Se tivesse a opção: ser citada em blogs alheios te deixa nervoso? eu assinalaria sim. A culpa é um fardo tão pesado.

terça-feira, maio 29, 2007

Sexo, fotos e rock and roll

Fui ver a exposição do Supla de ressaca, sem dormir e tendo tomado apenas uma neosaldina de café da manhã. Estado de espírito bem adequado ao tema, mas que me deixaria de muito mau-humor em qualquer outra ocasião. Mas a exposição é tão legal que não dá. Só me arrependi de não ter tentado enfiar umas três ou quatro fotos da sessão punk embaixo do braço e saído correndo.

Minha vida, a sitcom

Provavelmente não acontecem só comigo, essas coisas estranhas. Mas eu sou ególatra e creio que sim. Ou então, que comigo é mais estranho que com os outros. Nunca conheci ninguém, por exemplo, que tivesse atraído a atenção de um bombadinho fanho na fila do banheiro do bazinho da esquina, que insistia em me perguntar se eu conhecia o Paxá, mesmo eu repetindo "oi?", "oi?", "oi?" sem parar, já que eu só entendi "a-á?". E que tinha um amigo que foi dizer alô para a desconhecida na fila - no caso, eu - e lhe escapuliu o chiclete da boca. Ou que recebeu um correio elegante, ficou toda prosa e depois de três minutos o mensageiro veio avisar que o correio era para outra pessoa. Eu devia era escrever um livro de capa bem rosa e cintilante, com o título em letra cursiva, falando sobre as agruras da mulher moderna, transformá-lo em um best seller e ganhar um monte de dinheiro pra poder me dar ao luxo de nunca mais sair de casa. Para evitar a fadiga.

domingo, maio 20, 2007

Precisa-se

De um administrador competente para cuidar das finanças de mulher descontrolada que acredita que o céu e o crédito são o limite.

Requisitos necessários: O candidato precisa ser mão de vaca a níveis estratosféricos e capaz de realmente me convencer que poupar me trará mais alegria a longo prazo do que gastar imediatamente em uma bolsa nova. Ele terá a permissão de dar uns chacoalhões para me trazer de volta à realidade em determinadas ocasiões nas quais tal atitude possa se tornar necessária. Em contrapartida, deverá arcar com as despesas médicas decorrentes das agressões físicas que possa vir a sofrer.

Remuneração mensal: tantas paçocas quanto ele possa comer e um beijinho no rosto.

Remuneração extra: Se o contratado for competente de verdade e os resultados aparecerem, cervejas semanais enquanto durar o serviço.

Alguém se habilita?

quinta-feira, maio 10, 2007

Moda estranha

Eu não tenho a menor propriedade pra falar de moda, o mundo bem sabe. Eu, que usei uma camiseta GGG do Suicidal Tendencies até os 24 anos de idade, que comprei o meu primeiro sapato social aos 25, que uso bolsa verde com sapato vermelho, devia me recolher à minha ignorância. Mas não consigo, sabe. Tem coisas que eu não consigo. Quando a moda bichos chegou, por exemplo, eu achei estranha. Parecia que todo mundo tinha saído de um cabaré barato. Depois acostumei e até comprei um sapato de zebra. Porque eu sou meio fashion victim agora. Então tudo é relativo. Menos a moda cigana, como bem lembrou a Renata. Por que, meu deus, as pessoas insistem naquilo?

Por que saias tão compridas? Para que tanto bordado? Por que tudo tem de cheirar à incenso? Eu achei que o fim da feira da praça da República fosse dar um jeito nesse horror, mas qual nada. E por que TODO MUNDO que usa moda cigana parece se jogar no guarda-roupa de manhã e sair na rua com o que lhe cair na cabeça? Hoje mesmo. A moça estava com uma blusa amarela justinha, dessas da Renner, uma saia cigana ROXA, cheia dos babados, e um sapato de oncinha. Parecia que cada parte do corpo dela pertencia a uma pessoa diferente.

Eu fico triste. Porque um dia essa pessoa vai ver a luz. E vai olhar pra trás e sofrer tanto. Rezo pela invenção da pílula do senso estético, viu. Aproveitando a visita do outro lá.

sábado, maio 05, 2007

Eu estou bêbada há 24 horas sem parara. Bebado não diz nada que presteBebado não devia ter banda larga. Bebado não sabe acentuiar e não devia assumir compromisso com ninguém, nunca. Comprmoisso fede. Quero ficar bêbada para sempre, amém.