quinta-feira, abril 27, 2017

pop up

Daì o baby nasceu e não é nada como dizem. É a coisa mais louca do mundo, maravilhoso e horrível. Estou amando e odiando a maternidade e achando isso muito normal. Amando porque sim, isso não se explica, apenas se sente e é bom demais, lindo demais. Odiando porque ainda estou vivendo o luto pela vida que eu tinha e a pessoa que eu era e que precisaram acabar para que eu-mãe pudesse existir. É duro, e pouca gente fala sobre isso. É solitário, é cansativo, é assustador. E eu faria tudo de novo. É uma loucura.

Tenho pouco assunto, porque 80% do meu tempo eu passo falando com um bebê, mas penso muito. É uma pena que falte tempo para escrever, pois sairiam posts deliciosos.

Enfim, só quero que vocês saibam que o blog NÃO acabou e que eu estou tentando arrumar tempo para escrever mais, pois amo isso daqui e as pessoinhas que vem me visitar. em tempos de tanta ofensa gratuita no FAcebook e Twitter, isso aqui é meu oásis de gente linda.

Prometo que volto logo, pois já sei digitar com nenê no colo.

sexta-feira, janeiro 13, 2017

Primaveras

Hoje eu tive um momento emblemático de compreensão do que significa ser uma pessoa introspectiva, capricorniana com ascendente em Aquário e com preguiça de gente. Tive 3 consultas médicas diferentes, fisioterapia e mais uma toneladinha de trabalho. Por acaso, era também meu aniversário. Trabalhei de casa e aproveitei para ir almoçar - sozinha - em um restaurante aqui pertinho no qual eu sempre quis ir, mas sempre tinha alguma companhia que preferia outro lugar.

Almocei lendo mensagens de parabéns e me sentindo completamente feliz, livre e muito amada. Entre uma garfada e outra de sobremesa, um dos meus amigos mais queridos liga. Passadas as felicitações, ele pergunta o que estou fazendo. Conto. Ele diz: "Sozinha?? Ai, que deprimente". E eu só conseguia pensar que esse estava sendo um dos almoços de aniversário mais legais que eu tinha em muito tempo.

Que ninguém se engane, eu amo quase todas as pessoas com quem convivo, até porque só me dou ao desfrute com gente excelente. Mas para mim, estar sozinha, às vezes, é tão vital quanto respirar. E hoje era. Eu não queria ter conversas que não me interessam, nem comer onde eu não queria, nem inventar assunto. Não queria falar sobre o que aprendi nos últimos 38 anos, nem sobre o que espero dos próximos, agora como mãe (mãe vira um algo diferente do ser humano, estou descobrindo. Você deixa de ser gente e vira mãe. É esquisito e não muito legal. Mas outra hora falo disso).

Queria pensarno meu próximo corte de cabelo, inventar uma musiquinha, olhar o Facebook, bater papo sem lé com cré com o dono do restaurante, poder mudar de ideia 20 vezes e mudar o trajeto outras 30. Escutar apenas a aniversariante do dia, dar carinho a ela. Afinal, eu gosto muito dela.

Quando eu consigo ter momentos como esse almoço de hoje, toda a minha insgurança vai embora, toda a ansiedade me abandona, eu não penso demais. Eu consigo apenas ser. Em paz. E isso é o melhor presente que a vida me dá.

(Mas calma tá, gente? Vai ter festinha, vai ter jantar romântico, vai ter muita interação social com gente querida que também me faz muito feliz. Tá tudo bem.)