sexta-feira, dezembro 19, 2003

RECEITA DE ANO NOVO
(Carlos Drummond de Andrade)

Para você ganhar um belíssimo Ano Novo
Cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)

Para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? Passa telegramas?).

Não precisa fazer listas de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas
Nem parvamente acreditar que por decreto da esperança
A partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações,
Liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
Direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano-Novo que mereça este nome,
Você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo,
Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano-Novo cochila e espera desde sempre


É isso aí. Até 2004, macacada.

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Nesses momentos tenho certeza de que existir vale a pena.
*suspiros MUITO profundos*
Não tenho resoluções de ano-novo, mas tenho algumas idéias sobre o que eu faria se eu fosse Deus.

- Baratas não existiriam. Se estissem, teriam 4 patas, seriam fofinhas, peludas e bonitinhas como chinchilas. Aliás, não só as baratas mas todos os insetos que caminham pelo mundo.
- Nossos dentes seriam de adamantium, não estragariam nem doeriam nunca.
- Pessoas nasceriam em árvores. Quem quisesse ter bebê, iria até o quintal, cavaria um buraquinho e plantaria seu filho lá. Durante 9 meses, regaria, adubaria e daria amor. Aí um dia, pluft, um bebê cairia de dentro de uma vagem.
- Carnes também dariam em árvore. A gente poderia ter um pé de vaca no quintal, ou um pé de carneiro ou de porco. Deu vontade de comer um bife, vai lá e colhe, sem precisar matar os bichinhos. Aves e peixes poderiam continuar sendo caçados e mortos livremente.
- Seria absolutamente proibido usar sunga. Seria um pecado tão grande quanto incesto.
- A poligamia seria a lei. A monogamia até seria aceita, se alguém quisesse ter um amante só, tudo bem. Mas seria visto como excêntrico, tipo aquelas pessoas que se alimentam de luz.
- Depilação seria completamente desnecessária porque todo só teria pêlos onde precisa ter mesmo. E eles seriam perfeitamente desenhadinhos.
- Todas as cidades seriam litorâneas.
- Todo mundo teria o cabelo que desejasse ter.
- Qualquer pessoa que depreciasse ou humilhasse outra sofreria uma dolorida contração anal e ali, imediatamente, nasceria uma hemorróida.
- Só seria permitido chover das 0h00 às 5h00 da madrugada.
- Todo o mundo teria senso de humor.
- As pessoas morreriam na hora que desse vontade. Ia ser assim: "Acho que já vivi bastante, vou ali me deitar e morrer. Com licença". E ninguém ia sofrer por causa disso.

quarta-feira, dezembro 17, 2003

Se esse ano passou voando, por que é que esse diabo dessa última semana está demorando taaaaaanto para passar?
Ok, me rendi e comprei um aparelho de dvd. Ele é lindo e levinho.
O inferno é que isso só significa mais gastos. Ou alguém acredita que eu não vou querer comprar um filme novo por semana? Até agora, eu já sei que quero esse, esses, esse, esse, esse, esse (e mais as outras caixas dele), esse (todas as temporadas, please) e esse.

terça-feira, dezembro 16, 2003

Chego a conclusão que precisamos de um escritório maior. Estamos editando o livro de um moço e ele tem vindo aqui acompanhar o processo. O moço tem um bafo de bueiro insuportável. Dá para sentir de qualquer canto da sala e me dá náuseas e eu não rendo o que deveria render porque fico descendo de 15 em 15 minutos para tomar sal de frutas. Arght.
Meu chefe adora Friends e isso faz dele uma pessoa legal. Há cerca de 2 meses ele comprou o dvd de uma das temporadas, que tinha um episódio em que o Ross fazia uma lista das top cinco mulheres da vida dele. Daí meu chefe empolgou e quis fazer uma também e ficou enchendo o saco de todo mundo para dizer quem eram seus top 5. Eu empaquei e simplesmente não consegui decidir. Eu nunca consigo fazer lista porque tenho dó de deixar coisas de fora. Passei dois meses sofrendo para escolher só 5 moços. Acabou que fiz uma lista de 3 e dois lugares ficaram vagos. Ficou assim:
1. Ewan McGregor - supremo, salve-salve
2. David Beckham
3. Jude Law
Daí em quarto e quinto lugar eu quero colocar brasileiros. Em quarto tenho quase certeza que vai o Marcelo Anthony (é assim que escreve?). Em quinto eu pus o Rodrigo Santoro, mas ainda estou em dúvida. Não sei se ele merece ser o quinto. Deixei de fora gente de peso, como os dois meninos de "E sua mãe também" e o Wolverine e o Mike Patton. Ai, por que é tão difícil fazer um top 5?

PS: deu para perceber como eu ocupo meus pensamentos com coisas úteis e relevantes?

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Achei a casa dos meus sonhos.
Resta saber quanto custa.
Mas estou fazendo reza braba pra ser alguma coisa que eu possa pagar, porque é A casa dos meus sonhos. Vou poder adotar uns três cachorros e rolar com eles na grama e vou poder ter de novo uma bateria e uma cama elástica.
Estou um pouco ansiosa.
Inferno.
Abriu uma Fnac quase EM FRENTE ao meu trampo. Enorme. Linda. Cheirosa.
Tem agendas Tashen lá. Tem as malditas agendas Tashen lá. Tem uma caixa absurda dos Simpsons. Tem uma caixa do Chat Baker que deve ter umas mil músicas. Tem tudo. Quero me suicidar.
Mas pelo menos vou poder ir sempre naqueles shows quase legais que tem lá.
Ah, e quero deixar registrado também que Carina é a maior heroína de todo o universo.
Quero apenas deixar registrado que ganhei meu primeiro ferimento no boxe: um calinho no nó do dedinho esquerdo. :-)

segunda-feira, dezembro 08, 2003

Toda vez que compro um sapato novo, minha produção cai.
É que passo metade do tempo olhando pro meu pé e decidindo se gosto ou não do sapato e pensando com quais roupas ele combina. Pra andar na rua tbm é outro problema. Toda vez que passo em frente à uma vitrine de vidro, olho pro meu reflexo pra ver se a roupa tá ornando com o sapato e trombo nas pessoas. Hoje estou especialmente apaixonada pelo meu sapatinho de práaaaaastico azul.
Minha única resolução de ano-novo é manter minha conta no azul.
O resto que vier é lucro.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Meu plano de malhação 2004 inclui, além das três aulas de boxe semanais, duas de yoga. Não que eu ache yoga legal, na verdade acho bem ridículo. Mas preciso aumentar minha flexibilidade para poder realizar atividades simples como me agachar, por exemplo, sem sentir dor. E é nisso que vou ter que pensar com toda a força da minha mente quando estiver na aula, tentando enfiar a cara na minha própria bunda. Argh. Vida cruel.

quinta-feira, dezembro 04, 2003

A gente nunca sabe quando uma manhã absolutamente pavorosa vai se transformar na manhã mais gloriosa do ano. Portanto é bom sair de casa arrumadinha sempre que possível.

terça-feira, dezembro 02, 2003

Ontem aquele felino selvagem psicopata homicida que tenho em casa aprontou outra das suas, no maior estilo Norman Bates. Depois de tentar se suicidar pulando na privada, ontem ele tentou me matar.
Explico.
No meu banheiro tem um armário alto, perto do box, onde minha gata velha gosta de dormir. Ela sempre dormiu lá e ninguém nunca ligou. Recentemente, Mané aprendeu a subir lá também. Ele sempre fica lá sentadinho, enquanto eu tomo banho. Eu sempre achei isso uma graça, achava muito simpático ele me fazer companhia, pensava “meu deus, como esse bicho me ama e é apegado à mim”. Daí ontem estava eu lá tomando banho e ele postado em cima do armário, como de costume. De repente, sem mais nem por que, o demente se tacou DENTRO do box. Quando viu que estava molhado e que caía água do chuveiro, entrou em desespero, começou a correr, pular, miar e fazer psssssssst sem parar, parecendo um pai de santo felino. Eu, cheia de xampu nos olhos, não fazia idéia do que estava acontecendo e meu coração quase parou de bater, tamanho o susto. Comecei a gritar também, assustando meus pais e a vizinhança. Ele, ouvindo meus berros, pôs-se a miar ainda mais e fazer mais fffffffffffssssssst e ficamos os dois nesse dueto macabro por alguns segundos, até que consegui abri a porta do box para que o animal desmiolado saísse.
Desde então, ele não passa nem perto da porta do banheiro.
Isso é tãããããããão engraçado que dá vontade de dançar junto!!

segunda-feira, dezembro 01, 2003




Tá, eu sei, eu sei que Calvin é o máximo e todo mundo lá no fundinho gostaria de dizer que se parece com ele. Mas pelo menos essa tirinha é incontestável.
Estou completamente viciada em “Queer Eye for the Straight Guy”. Não me ligue, não fale comigo, não olhe pra mim durante o programa, porque eu saio do corpo. Eu queria todos aqueles Fab Five pra mim, arrumando minhas roupas, minha casa, meu cabelo e sendo engraçados. É uma injustiça que só homens possam se inscrever no programa, eu queria muuuuuuito me inscrever, os caras fazem milagres. O programa de ontem foi emocionante, eu quase chorei na hora em que o mocinho, agora todo bem arrumado, despediu-se emocionado das bibas e foi pedir a namorada em casamento, na tenda marroquina que os cinco armaram no quintal. E ela aceitou, é claro. Depois de comer aquele sobremesa gigante de chocolate com framboesa, eu também aceitaria qualquer coisa.
Será que demora muito pro Brasil começar a copiar esse programa? E se copiar, será que as bibas brasileiras serão tão talentosas quanto as cinco americanas?