terça-feira, dezembro 25, 2007

Onda, onda, olha a onda

Sabe quando vc está lá no mar, boiando, curtindo uma marolinha na paz e de repente vem aquela onde miserávi e te engole e vc sai rolando e rolando e rolando e só conseguindo pensar na certeza absoluta que vai morrer? Daí vc para de rolar e percebe que está na beira da praia, com a boca cheia de areia, o joelho ralado e sem a parte de cima do sutiã? 2007 foi mais ou menos assim. É a única definição que eu encontro pra esse ano maluco, onde nada na minha vida foi certo ou definitivo. Foi um eterno rolar e rolar e nunca que a praia chega. Ainda não chegou. Consegui botar a cabeça pra fora pra respirar um pouco, mas continuo na onda. Não sei ainda COMO é que vou chegar na praia, se vai ser só um pouco de areia ou se vou mesmo me afogar. Seria bom ter um salva-vidas agora, que me enrolasse em um cobertor quentinho. Tem horas que eu preferia jamais ter entrado no mar. Mas na maior parte do tempo, só consigo pensar que a onda te afoga, mas também leva adiante se você souber pegar jacaré. Então vou nessa, segurando a parte de cima do biquininho.

Feliz ano-novo, nos vemos em 2008!

sábado, dezembro 22, 2007

Um desabafo que só diz respeito a mim

Devastação total. Você já sentiu isso? Não queira. Eu não queria sentir de novo, eu tinha jurado que não sentiria de novo.Você pode dizer que não há como prevenir esse tipo de coisa, mas há e é simples. Basta vc não deixar ninguém chegar perto o bastante , não deixar ninguém enxergar tuas fraquezas ou se tornar essencial para você. Pode parecer duro, mas vale a pena. Nada é pior do que a devastação, meu amigo.

As pessoas ficam se lamentando por passar pela vida sem sentir coisa alguma, mas isso é bullshit pra vender novela. Se você abre a guarda assim, está sujeto a ser avaliado, a ouvir o que não quer e sentir toda a gama dos piores sentimentos do mundo - o que você certamente também não quer. Claro, para chegar ao inferno, você passa pelo paraíso. Porém, o paraíso dura pouco, enquanto o inferno é eterno. Lá, vc é obrigada a se lembrar diariamente que não é bom o bastante, que não se esforçou o suficiente, que não gostou do jeito certo. E nessa hora, você deseja fervorosamente voltar no tempo, para não ser estúpida o bastante, para não se deixar levar pelas promessas do paraíso. Você deseja apagar o paraíso todo da memória e se reconstruir inteira, sem passado.

Então eu choro três litros, penso em sucídio, respiro bem fundo e começo a aceitar que não dá pra apagar o paraíso, a menos que a tentativa de suicídio inclua traumatismo craniano com perda de memória. E então eu me lembro do meu filme favorito, claro. Tudo sempre leva a ele. Joel precisou começar a apagar suas memórias para perceber que não era nada sem elas e que não queria ser alguém sem elas.

Eu sempre soube que isso podia dar tremendamente errado. Deveria ter dado, desde o começo. Mas deu tremendamente certo, e foi um susto para todos os envolvidos. Fui colecionando os momentos mais preciosos de toda a minha vida. Eu tinha vontade de guardar cada um em uma caixinha, para poder voltar a eles depois, para garantir que eles estariam ali quando nada mais estivesse. Se Lacuna Inc realmente existisse, pode ser que eu ficasse tentada a me tornar cliente. Agora, nesse minuto, eu ligaria pra lá, pediria pra apagarem tudo pra ver se pára de doer. E ia parar.

Mas ia sobrar o que? Como eu poderia viver sem a minha caixinha? Eu simplesmente não quero, mesmo que agora só me restem as lembranças. É muito pouco perto de tudo que eu tinha sonhado pro futuro. Mas é gigantesco perto de todas as outras caixas que eu já colecionei em toda a vida. No fim, não é só bullshit de novela. É devastação, mesmo, é semi-vida. Mas antes, nem vida existia, eu não existia.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Remix corporativo.

O que acontece quando uma pessoa que avalia todo mundo pelo gosto musical ganha de presente da firma um CD com as músicas favoritas de TODOS os calégas?

Faz três dias que não paro de tecer teorias e falar mal dos outros. Tem Oswaldo Montenegro no CD, xente. Oswaldo Montenegro.

*mor-ri*.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

A volta dos mortos-vivos

É engraçado. Que eu me lembre, minha vida nunca esteve em tamanho caos. Entretanto, eu pareço ter chegado onde eu sempre quis, em todos os sentidos. Felicidade consciente. Go figure.

Hoje estou finalmente voltando pra casa, depois de um mês e meio sem sair de Curitiba. E volto pra começar a empacotar as coisas e me despedir do apartamento e de uma fase importantíssima, gostosa, valiosa, mas muito dolorida da minha vida. Não vai ser nada fácil deixar esse pedaço de mim pra trás, mas é um pedaço que já não cabe mais em mim. Vou ter muito o que pensar durante o interlúdio de 15 dias sem trabalho.

Mas vou acabar não pensando, porque vou preferir ficar de lua de mel e Buenos Aires, junto com toda a torcida do Curíntia. Parece que o Brasil inteiro resolveu passar as entradas no vizinho. Gentalha.

E daí, na volta, me preparar pra reviravolta de verdade. Achar uma casa em Curis (está sendo dificílimo. Todos os apartamentos aqui tem lavanderia dentro da cozinha, o que eu acho nojento e inadimissível. Se algum Curitiboca for leitor deste blog, por favor me ajude a achar um lar em sua cidade. Eu prometo lhe convidar para um café), preparar a festa de despedida em SP, assumir o papel de chefinha, me aceitar em terninhos.

Acho que o mais difícil mesmo vai ser assimilar que estou deixando SP pra trás. Não pra sempre, mas por bastaaaaaaante tempo. Bastante tempo sem caminhadas na Paulista, sem compras na Zepa, almoços na Liberdade, loucuras na 25 de março, peruagem na Oscar Freire, cervejotas na prainha, foguinho no CB, risadas na Fun House, cabecice na Augusta, corridas no Museu. SP é minha namorada de verdade. Amo aquela cidade de um jeito ridículamente bairrista, amo as coisas feias e bonitas dela, amo as pessoas que moram lá. Então agora vai ser um namoro à distância. Será que consigo aguentar as saudades, sentimento que me persegue obsessivamente?

Algo me diz que esse blog vai virar um balde de mimimis. Ai, ai.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Efêmero

Eu estou feliz da vida e eu já tinha até esquecido como era isso. De vez em quando me dá vertigem, e eu acho que é a pressão que tá alta, mas não é. É só felicidade mesmo. E eu sei que esse post nem vai bombar porque felicidade não dá audiência, mas não posso mentir pro meu público.

Mas tudo bem, porque eu estou feliz hoje. Amanhã é outro dia.

Eu estou feliz porque a gente passou três madrugadas sem dormir publicando conteúdo, mas conseguimos entregar aquele maldito projeto com louvor, as pessoas choraram e se deram as mãos e cantaram cânticos. Mentira, mas elas disseram "obrigada".

Eu estou feliz porque voltei à editar notícias e a ter que passar várias horas do dia sentada ao lado do profissional antigamente conhecido como webmaster. Parece que hoje nem existe mais webmaster, né? Ele foi dividido em muitas outras funções, porque o salário de um webMASTER era caro. E o nome do cargo era pretensioso. Então, hoje eu passo hooooooras sentada ao lado de um publicador. Adoro. Fato é que eu adoro passar horas sentada ao lado de pessoas que fazem outras coisas que não escrever texto ou falar sobre escrever texto. O profissional antigamente chamado de webmaster é divertidíssimo. Assim como os designers. Nada mais delícia do que ficar lá com o designer decidindo se a página fica melhor com um ponto a mais ou um ponto a menos de cor. Ou detonando a foto que o megamaster of corporation of the universe escolheu pra home.

Eu estou feliz porque comprei duas blusinhas novas e brilhosas e ainda não estou no vermelho.

Eu estou feliz porque tenho namorado. E porque o namorado me diz "que bom que você existe". Ui, mimimimi. Mulherzinha mode on.

Eu estou passando mal de medo porque vou me mudar de cidade e aqui não conheço ngm, não tenho meus amigos e nem sei andar na rua. Mas estou felicíssima porque vou ter de caçar um apartamento novo. Amo caçar apartamentos.

E na verdade eu nem estava assim TÃO feliz até vir aqui e ler um montão de comentários fofos, tipo o da Ana Paula e de outras pessoas, que disseram que riem e se identificam com esse montão de bobagem que eu escrevo. Eu nunca acho que estou agradando. Então fico incrível quando vocês dizem que sim.

Se nada der certo nessa mudança toda aí e eu publicar este blog em livro, vcs compram? Porque sabe, alguém precisa comprar pra eu ter o que comer e continuar feliz. Estamos combinados?