domingo, abril 05, 2009

Nirvana

Lendo o Twitter, descubro, desolada, que hoje faz 15 anos que Kurt Cobain deu-se um tiro na cara e virou ícone de uma geração. 15 ANOS, porra. E eu lembro direitinho do dia. Estava lavando louça, ouvindo rádio e praguejando contra minha mãe por me obrigar a lavar louça. Entrou o plantão e deu a notícia e eu fiquei chocadísima. Sentei na cadeira com a mão cheia de sabão e chorei por horas.

É ridículo, eu sei. Mas eu tinha 15 anos e o Nirvana tinha mudado minha curta vida. Sem exagero. Até ouvir Smells Like Teen Spirit pela primeira vez, minha adolescencia não tinha sido lá das mais legais. Graças ao Nirvana eu encontrei um monte de gente que também se achava inadequada para a sociedade. E graças ao Nirvana a gente aprendeu o que fazer com essa inadequação, com o cabelo ensebado e com a falta de senso fashion.

Kurt Cobain não sabia o que fazer da vida e, por isso mesmo, entendia nossa dor e ganhava dinheiro com ela e o Nirvana fazia a gente sonhar em ser rock star sem precisar mudar nada, usando tênis rasgado e com a cara cheia de espinha. Ele não era bonito, nem descolado, nem simpático, nem nada. Ele nem cantava bem. Não havia nada, portanto, que nos impedisse de ser como eles.

Graças a ele, também, eu passei os 5 anos seguintes usando uma camisa xadrez horrorosa e sem pegar ninguém. Mas aí a culpa é da minha falta de discernimento, não dele.

sexta-feira, abril 03, 2009

Latino

Tave eu lá curtindo mais um sábado triste e solitário (o penúltimo) vendo BBB, quando começa festa com Latino. Quasimorro de inveja. Porque eu AMO o Latino. De verdade. Desde os primeiros tempos, desde "baby me leva que o futuro nos espera", ele me faz levantar, tirar os óculos, jogar o livro pseudo-intelectual pela janela e fazer as coreografias todas. Tem coisa mais poética que "desculpa eu, desculpa Kátia"? Não tem.

Latino me deixa feliz de verdade. Porque o brega é felicidade, gente. O brega é liberdade, é alegria, o brega é amor. E eu não estou fingindo que gosto de Latino para parecer cool, porque ser brega agora é cool, né? Eu REALMENTE amo o Latino. Eu REALMENTE tenho a discografia dele no computador e boto pra tocar quando me sinto triste.

Porque tem dias que você QUER sofrer, você quer chorar escorregando atrás da porta e deixando o rimel e o ranho escorrerem livremente, gritando "eu quero morreee-eee-eer". E daí você põe um Chico Buarque e sofre dicumforça e com a trilha sonora apropriada, imaginando que sua vida é uma novela ruim.

Mas tem dias que sofrer não tem glamour nenhum e é só uma aporrinhação do caralho. E pra que gastar uma fortuna com Prozac se você tem Latino de graça na internet?