quinta-feira, abril 26, 2001

Eu sei que já faz tempo que o Joey Ramone morreu, mas só achei esse texto do Barcinsky hoje. É genial.

Joey Ramone foi nosso super-herói

Eu já estava com uma coluna prontinha para o El Foco quando chegou a notícia: “Joey Ramone morreu!” Como assim, morreu? Para mim os Ramones eram imortais, super-heróis mesmo, e super-heróis não morrem.

Os Ramones pareciam habitar um tempo só deles. Eles tinham vocação para a eternidade. Eram como aquelas árvores gigantescas que você olha e pensa: essa coisa já estava aqui quando eu cheguei, e vai estar aqui séculos depois de eu ir embora. É só dar uma olhada em qualquer foto dos caras e tentar adivinhar o ano. Não dá. Os casacos de couro, os jeans surrados, os tênis detonados... membros da gangue de James Dean nos anos 50? Punks do CBGB’s em 1975? Jovens nova-iorquinos do ano 2000?

Vamos deixar uma coisa bem clara: os Ramones foram a banda mais importante da história do rock, a mais transgressora, a que rompeu mais espetacularmente com a geração anterior, a que definiu novos padrões. Eram propositalmente estúpidos numa época em que todo mundo – Yes, Emerson Lake & Palmer – era inteligente; eram feios numa época em que todos eram bonitos. Numa era de egos inflados e autoproclamados gênios, assumiram o mesmo sobrenome – inventado – e se disseram irmãos; eram joões-ninguém que só sabiam dois acordes e escreviam música sobre a vida em Queens. Lançaram um disco em 1976 que gerou Clash, Sex Pistols e toda a revolução punk.

E, no meio de tudo isso, havia Joey Ramone.

O cara era a antítese do rockstar: alto como um jogador de basquete, magro como um caniço, feio de doer, desengonçado, parecia um anfíbio disléxico, como bem disse uma das primeiras críticas publicadas sobre a banda. Mas Joey, talvez sem saber, representava todo o espírito do punk: se este cara podia subir num palco e cantar, qualquer um podia.

E era gente fina. Boa praça, bem-humorado, divertido, um sujeito sem frescuras e de coração gigante. Nunca falou mal de ninguém, dava força para todas as bandas novas, era adorado por todo mundo (não é à toa que o Sleater-Kinney fez uma canção romântica chamada “I Wanna Be Your Joey Ramone”).

E agora o cara se foi. Triste. Ninguém mais vai gritar “One, two, three, four” como Joey.

Os Ramones eram como comida da avó: sempre a mesma coisa, mas sempre reconfortante. Bem disse Frank Black, ex-Pixies, naquela canção-tributo sensacional, “I Heard Ramona Sing”: “Eu tinha muitos problemas / mas daí comprei um walkman”. É isso aí. Os Ramones nos faziam mais felizes, nos transportavam para um lugar onde as coisas não eram tão complicadas e todos os mistérios da vida eram resolvidos com três acordes e um encontro com a namorada num Burger King, junto à máquina de refrigerante.


terça-feira, abril 24, 2001

Quero fazer terapia.
Puts, tive um pesadelo horrível essa noite. Sonhei que estava grávida e queria de qualquer jeito abortar o filho. Passei vários apuros e no fim não sei se tive ou nãoa criança. Só sei que senti um desespero horrível quando eu soube que tava grávida, tipo, o maior medo do mundo. Não entendi bem o sonho, já que adoro crianças, penso em ter filhos e tal, mas descobri que meu medo da maternidade é tão enorme que mesmo depois que eu casar, eu vou continuar com medo. Cheguei a conclusão que tenho medo mesmo é de assumir responsabilidades, de atar laços de compromisso. Justo eu? Como pode uma coisa dessas? Mesmo no namoro, percebo que exigo fidelidade e comprometimento, mas eu não consigo dar isso, tenho medo de pensar em casamento. Ai, sou uma covarde. Acho que meu destino é ser ermitona e viver sozinha no meio do mato, longe de toda e qualquer emoção. Não quero mais me apaixonar nem me envolver com ninguém. Quero ser ermitona.

sexta-feira, abril 20, 2001

Estou tão feliz... tão na paz... Finalmente estou em paz de novo. Acho que certas coisas precisam acontecer na vida da gente para que possamos nos convencer de que, por mais que a gente sonhe, nunca vão dar certo e é melhor assim. Ontem, conversando com a razão do meu tormento, percebi que ele sempre vai ser daquele jeito, cheio de coisas que eu não gosto, cheio de gestos que me magoam. Enfim, a gente não combina de jeito nenhum. Se algo voltasse a acontecer entre nóis dois, seria uma questão de tempo para ele falar alguma imbecilidade ou fazer alguma cagada egoísta. Ele É assim. Acho que pensei tanto que queria ter de novo um pouqinho das coisas boas da nossa relação, que até hoje me deixam feliz e me dão muito frio na barriga, que esqueci que as coisas ruins me faziam um mal imenso, me faziam até perder a fome, po!!!
Graças a Deus, muito graças a deus mesmo que percebi isso à tempo, antes de fazer mais besteiras, enquanto ainda posso sair como uma mulher superior. Achei que ia doer no dia em que me conformasse que não temos a menor possibilidade de reatar, mas não doeu nada. Fiquei aliviada. UFA!!
Deus salve os antibióticos!!!!! Bendito seja aquele cientista que descobriu a penicilina!! Viva as drogas pesadas!!! Como é bom poder engolir de novo...(no bom sentido é claro. e não mau também, foda-se). Desde que descobri que os antibióticos podem fazer maravilhas para acabar com os germes que infestam minha garganta, tenho vivido muito melhor. Hoje já estou quase 100 % e tenho certeza que estarei ótima para o maravilhoso show do maravilhoso Jorge Ben. Salve Jorge.

segunda-feira, abril 16, 2001

Puxa vida, que dia triste para o punk! O Joey Ramone, um dos meus maiores ídolos, amado e querido, morreu de câncer. Na verdade, foi ontem, mas eu só soube hoje e fiquei muito, muito, muito triste. Não que ele, em si, sozinho, fosse um gênio, mas junto com o Johnny, Mark e Dee Dee, formava a banda mais criativa, original, fabulosa, cara-de-pau e espetacular que já existiu. Que saco, um punk morrer de câncer linfático é sacanagem, pelo menos que morresse de overdose ou afogado no vômito ou numa briga, sei lá, alguma coisa mais trash.
Enfim, que ele esteja no olimpo dos deuses da música.
E outra buemba do dia: a Morta Supliqchique se separou de seu marido, o Eduardo. Esse mundo tá perdido.

quinta-feira, abril 12, 2001

O Morphine é relamente uma banda ducaralho. Eles nunca me decepcionam. Nunca. Acabei de ouvir uma música, chamada, "All Your Way", que é simplesmente perfeita. Assim como "Cure for Pain" e "I'm Free Now". Como uma banda pode ser tão boa? Como???????? Amo-os.
Estou muito introspectiva hoje. Um pouco triste e pensativa, porque não sei por que estou triste, na verdade. Fico vendo as coisas se repetirem, acontecerem de novo e tudo parece um pesadelo. Não quero repetir os mesmos erros nem magoar as pessoas mas nada faço para impedir o processo. Odeio me sentir triste e com vontade de chorar. Que saco. Baita feriadão amanhã e não vou viajar... Acho que é um pouco isso. Droga, quem estou querendo enganar? Claro que não é isso, claro que eu sei o que é e claro que eu não quero admitir. Ainda não posso cantar "I´m Free Now". Será que um dia vou poder?

quarta-feira, abril 11, 2001

Estou ouvindo uma música tão linda, não sei como chama, mas acho que é do Cartola. Tão amada. Agora entrou um locutor idiota e cortou meu barato. Droga.
Ufa, está tudo aqui, que ótimo. Preciso me lembrar de imprimir isso tudo amanhã.
Hoje estou me sentindo super profissional, com vontade de trabalhar e fazer mil coisas. O problema é que essa minha vontade dá e passa, sempre. Mas hoje até vim com a minha agenda profissional para o trabalho, fiquei fazendo brainstorming e anotando mil coisas. Depois, me distraí no ônibus, comecei a pensar na vida e não cheguei à conclusão alguma. Mesmo assim, valeu a intenção. POsso ser super trabalhadora se eu quiser. Que ótimo.
Tenho a impressão que perdi todos os meus arquivos antigos do blogs. Se isso aconteceu vou chorar muito e juro que nunca mais blogo nada. Meu deus.

terça-feira, abril 10, 2001

Equilíbrio interior é a chave.
Acabo de ter um ataque de ciúmes chiliquento, ridículo e sem sentido. Morte aos porcos. Morte ao meu ciúme descontrol sem sentido. Morta à volta dos que não foram. Morte aos sentimentos desencontrados. Morte às Ronaldinhas e à Núbia. Que ódio. Preciso definitivamente parar com isso.
Na verdade, acabei de tomar a sensata decisão de não dar mais pelota para essa história. Fim. Chega. Caceta, será que eu não consigo ser indiferente? Tenho que estar amando ou odiando sempre? Saco, saco,saco
Answers é uma das melhores músicas de todos os tempos. Que vontade de andar de skate... Ai, que saudade da minha adolescência malaquenta...
Muito confusa ainda. Quanto mais eu penso no assunto, mais longe me sinto de tomar uma decisão. Não vou tomar porra nenhuma de decisão, vou ficar bem quieta no meu canto sem fazer absolutamente nada. Se as forças maiores do destino quiserem agir, tudo bem, eu não vou me por no caminho. Mas também não vou forçar uma situação, sendo que estou bem arranjada na vida, quase feliz e definitivamente não preciso de sarnas para me coçar. O probleman é que eu estou viciada em sarnas para me coçar...
Se eu realmente não quisesse certas coisas, não ficaria feliz com as notícias favoráveis que venho recebendo ultimamente. POr outro lado, tenho certeza de que vou me arrepender porque fico feliz com quem estou. Ai, que vida dura.

sexta-feira, abril 06, 2001

Cacete, que preguiça de trabalhar.
Argh, estou tão descontrol hoje!!!!!!!!
Acordei de muito bom-humor depois de um sonho delicioso que eu não queria ter sonhado, chorei durante o banho ouvindo "Take this bottle" (perceba que minhas emoções não fazem o menor sentido), fiquei de mau-humor no trabalho, depois me emocionei coma história de amor de uma amiga minha e quis chorar de novo. enfim, quis chorar várias vezes, sendo que não estou nem um pouco triste, nem um pequeno pouquinho. Será que estou grávida? Ou será que isso é só TPM?
Sei que tudo isso é culpa da dúvida e dos pensamentos idiotas que me assolam a mente e o coração. Saco, Saco, Saco. Ao mesmo tempo que não quero que nada aconteça, fico sonhando com as coisas que poderiam acontecer, como uma perfeita retardada mental. Definitivamente, eu sou uma pária do amor.

quinta-feira, abril 05, 2001

Uau, quase um mês sem postar nada. Tanto trabalho... e também, quando estou de bem com a vida não costumo escrever bem ou sentir vontade de comentar as coisas, só sinto necessidade de escrever quando falar não é sufuciente para aliviar minha alma.
Fui na astróloga outro dia e ela me disse que eu tenho a alma em furacão, que sou inquieta e incerta. Isso tudo é verdade. FAz tempo que não tenho certeza de nada na vida e que tudo que faço, me arrependo logo em seguida. Se isso envolvesse só a mim, estava tudo bem, o problema é que prejudica os outros. Eu ia me odiar se fosse os outros.
Queria muito que meu coração parasse quieto, parasse de me pedir coisas que eu não quero mas que não consigo deixar de querer. Talvez sofrer uma lavagem cerebral fosse uma solução indicada. Perder a memória, bater a cabeça num poste, sei lá. Não consigo evitar certos pensamentos, que não deviam passar nem pela minha porta. Que ódio de ser assim. Tenho saudades dos tempos em que eu tinha o maior amor-próprio do mundo.
Merda preta e fedida.