Sei que o assunto já deu, mas o blog é meu, a bola é minha, gentalha, gentalha.
Estou em uma relação totalmente bipolar com o meu trabalho. 38 emoções contraditórias por hora. Eu sempre reclamei de fazer trabalho acéfalo e preguiçoso, então eu acho que estou pagando por todos esses anos de falatório. Porque lá tem que pensar. Muito. E nem é esse o problema. Pensar me dá dor de cabeça, mas eu consigo. O problema é eu ter de escrever um livro de fórmulas químicas em russo por dia, if you know what I mean. Sim, amiguinhos telespectadores, eu continuo não entendendo na-da. E isso está me chateando, porque eu ganho pra entender as coisas. E sinto culpa por ganhar e não fazer.
Por mais que todo mundo diga que é normal eu não entender nada no começo, que vou pegar o jeito e tal, me incomoda muito essa sensação de estar cega no meio do tiroteio. Me incomoda eu ter quase dez anos de experiência profissional (ai, rugas surgiram só de pensar nisso) e ser tachada de júnior. Júnior é meu cu, meu próprio cu entende? E o pior é que tenho de ficar calada, porque eu realmente engatinho naquelas coisas bizarras todas. E tem dias que eu tenho vontade de gritar BASTA e demitir-me. Quase todo dia. E tem dias em que eu acho que é legal eu aprender aquelas porras. Não sei pra que, mas acho que pode ser legal. O que sei é que meu chefe devia estar bastante embriagado quando me contratou. Assim como eu, quando aceitei. Ou era só a bocozice natural, mesmo. A minha. Aceitei o emprego sem saber do que se tratava, só sabia que era novidade. Toma-toma-toma, monga. E tem o lance do meu orgulho também, de eu ter me prometido sossegar a periquita e durar no emprego. E tem as pessoas, que são muito queridas e ótimas companheiras de bar. E o vale-refeição. Ai.
Uma bagunça, meus sentimentos. Queria tanto um fármaco pra me ajudar nessa hora. É tão ridículo estar há três meses na função e não saber nem descrevê-la.
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