Eu acho House ótimo, muito mesmo. É uma das minhas séries favoritas na vida e etc. Mas nem tudo são flores. House é ficção, muito bem feita, sobre uma pessoa incomum. Ele é adorável, porque ele é de mentirinha.
É normal que as pessoas se identifiquem com personagens de ficção, é desejável que isso aconteça e os roteiristas constroem os personagens para que isso aconteça. Eu me identifico com Rachel Green, Miranda Hobbes e Dexter Morgan, por exemplo. Tá cheio de Sheldons e Chandlers por aí.
Acontece que House despertou um fenômeno que me desagrada: o fenômeno do jumento sem noção. Você certamente conhece um exemplar, porque eles estão em toda parte.
O jumento sem noção é um babaca, sem um pingo de educação e só. Geralmente sua inteligência beira o zero, mas ele acha que responder com grosseria é sinônimo de brilhantismo. A cereja do bolo é justamente ele se auto-definir como "um cara meio House".
Peguei um desses pela frente outro dia. Ele começou a contar que odiava pessoas, que toda a humanidade era estúpida e deu um exemplo de uma funcionária que perguntou qualquer coisa e ele respondeu que, se ela não tinha inteligência suficiente para entender a tarefa, não devia se meter a fazer. E terminou a história dizendo: "porque eu sou meio House, não tenho paciência com gente burra". Acontece que: 1. a menina não era nem um pouco burra. 2. ninguém gosta de gente burra, mas todo mundo gosta de respeito. 3. a vida real é bem diferente da ficção. Fiquei sabendo depois que ele foi demitido recentemente e ainda não achou outro emprego.
E espero que não ache. Usar House para justificar a própria incompetência e falta de respeito é baixeza, falta de criatividade e, principalmente, uma tremenda sacanagem com meu personagem favorito. Tenho certeza que todos esses caras seriam extremamente gongados pelo House original, eterno e único.
Fora que o House é meio que nem o Homer Simpson, né? A gente adora ele lá, na TV. Mas ter um por perto na vida real é um porre.
11 comentários:
Eu tive um chefe meio House. A diferença é que ele era burro como uma porta e se comportava com grosseria como mecanismo de defesa. Aquele cara que precisa ser respeitado pela autoridade e não pela liderança e conhecimento...
Parece que via a anta enquanto lia seu texto!
Um 2010 como menos pseudo-Houses para todos nós!
Eu pegava o House, FÁCIL #prontofalei
(o Hugh Laurie também, caso seja mais "fácil" - RÁ!)
Putz, que idiota...
E acha que se definir como "meio House" justifica a ignorância...
Eu mandava pra puta que pariu...
Pior que sempre tem um assim por aí, tomara que continue desempregado até aprender a ser mais humilde!
Loo, mas sem dúvida que eu pegava o House todos os dias, eternamente. Muito amor. Mas só pelo original.
Meio sem comentarios neh... tipo, justificar um comportamento pessimo com base num personagem de ficção. è como mandar uma maçã envenenada pra alguem alegando "ah, eu sou meio como a bruxa da branca de neve!". dã.
Hahahaha, é isso aí Mandy. Mas eu gostei da idéia, será que sou meio bruxa?
E o BBB ? Não vai comentar não?
Falou tu-do, tem muito House chinfrim por aí aproveitando o jeito ranzinha do mesmo pra espinafrar as pessoas por hobby, mas isso é desculpa pra falta de educação mesmo.
Tenho um caso de amor e ódio pelo House, desde que eu comecei a assistir a série quando vou no médico acho um absurdo ele não chamar outros 3 médicos e começar a escrever no quadro branco todas as possibilidades de doenças que eu posso ter. Mas nãooo, nunca fazem isso (lágrimas).
Ah, achei seu blog do nada, achei bem legal e comecei a ler.
Bjo
Apesar de isso ir meio contra a minha tese de que a vida é uma série de tv [americana], eu concordo com você. Em partes: deve existir um House por aí, assim como uma Miranda. E eles são originais, não esses mequetrefes que a gente encontra.
Todo ano, quando eu comento BBB, só levo pancada. Esse ano, tem gente cobrando comentário. Esse 2010 tá bizarro mesmo. Em tempo: meu coração é de Serginho e mais ninguém.
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