sexta-feira, junho 21, 2013

:-S

Pois é. O lance todo abaixo foi mais um sonho, do qual acordamos com um baita balde de água gelada na cara. Misturada com vômito, cocô, mosquitos, ratos e gente estúpida.

sexta-feira, junho 14, 2013


Sim, sim, eu sei que faz séculos que não compareço e nem sei se voltarei a comparecer. Compareci hoje porque achei que hoje era um dia do qual eu vou querer me lembrar no futuro.

Acho que esta é a primeira vez nos meus 34 anos que vejo o brasileiro AGINDO, em vez de reclamar. Diretas Já eu não vi, ou não tinha idade para lembrar. Teve Collor antes, mas acredito que aquilo foi muito mais para ficar bonito na mídia. Collor teria saído de qualquer forma. Dessa vez, não. Dessa vez a gente nem sabe ainda onde tudo isso pode chegar. Dessa vez, não interessa para nenhum governante ter gente protestando na rua – ainda mais assim tão perto da Copa. Dessa vez, a Rota está na rua e a polícia – montada, inclusive - está arroxando pra valer. Parece que voltamos à 1964. Está de dar medo.
E o engraçado é que nunca me senti mais segura. Eu, que sempre tive medo até da minha sombra, que tenho medo de barata,  de assalto, de zumbi. Que ouço tiro em escapamento de moto. Mal consigo trabalhar. Quero ir pra rua, quero fazer parte disso. “Mas tem bombas, tem cavalaria”. Pois que venham. A gente tem direito de dizer “Chega”. Chega de sentir medo.

Um amigo querido que mora em outro país lamentou a violência que viu em vídeos, no país dele, com as pessoas dele. Disse estar triste e chocado. Estamos todos. Infelizmente mais tristes que chocados, conhecendo a polícia e o governo que temos. Mas tem uma outra coisa maior do que a tristeza e maior do que o medo, uma coisa que eu mesma não sentia há muitos anos: esperança. De que dá, sim, pra fazer alguma coisa. De que a gente não precisa se conformar com a barbárie, o desrespeito, a sacanagem toda.


Não acho que isso vai significar uma mudança imediata. Não acho nem que vão aceitar baixar os tais 20 centavos que começaram tudo. Mas acho que o povo acordou e não vai mais aceitar as coisas tão calado, nem conseguir olhar só pro seu umbigo, ou pro trânsito que atrapalha a ida pra casa. E só isso já é muita coisa. Só isso já é o começo de tudo.