sexta-feira, janeiro 13, 2017

Primaveras

Hoje eu tive um momento emblemático de compreensão do que significa ser uma pessoa introspectiva, capricorniana com ascendente em Aquário e com preguiça de gente. Tive 3 consultas médicas diferentes, fisioterapia e mais uma toneladinha de trabalho. Por acaso, era também meu aniversário. Trabalhei de casa e aproveitei para ir almoçar - sozinha - em um restaurante aqui pertinho no qual eu sempre quis ir, mas sempre tinha alguma companhia que preferia outro lugar.

Almocei lendo mensagens de parabéns e me sentindo completamente feliz, livre e muito amada. Entre uma garfada e outra de sobremesa, um dos meus amigos mais queridos liga. Passadas as felicitações, ele pergunta o que estou fazendo. Conto. Ele diz: "Sozinha?? Ai, que deprimente". E eu só conseguia pensar que esse estava sendo um dos almoços de aniversário mais legais que eu tinha em muito tempo.

Que ninguém se engane, eu amo quase todas as pessoas com quem convivo, até porque só me dou ao desfrute com gente excelente. Mas para mim, estar sozinha, às vezes, é tão vital quanto respirar. E hoje era. Eu não queria ter conversas que não me interessam, nem comer onde eu não queria, nem inventar assunto. Não queria falar sobre o que aprendi nos últimos 38 anos, nem sobre o que espero dos próximos, agora como mãe (mãe vira um algo diferente do ser humano, estou descobrindo. Você deixa de ser gente e vira mãe. É esquisito e não muito legal. Mas outra hora falo disso).

Queria pensarno meu próximo corte de cabelo, inventar uma musiquinha, olhar o Facebook, bater papo sem lé com cré com o dono do restaurante, poder mudar de ideia 20 vezes e mudar o trajeto outras 30. Escutar apenas a aniversariante do dia, dar carinho a ela. Afinal, eu gosto muito dela.

Quando eu consigo ter momentos como esse almoço de hoje, toda a minha insgurança vai embora, toda a ansiedade me abandona, eu não penso demais. Eu consigo apenas ser. Em paz. E isso é o melhor presente que a vida me dá.

(Mas calma tá, gente? Vai ter festinha, vai ter jantar romântico, vai ter muita interação social com gente querida que também me faz muito feliz. Tá tudo bem.)

3 comentários:

Jéssica disse...

Oi, você não imagina a alegria que senti quando entrei aqui e vi que tinha 3 postagens novas!
Hoje eu sou o que você era a anos atras. Tenho 25 quase 26 anos e sou uma pessoa cheia de magoas, feridas, recalque e um tanto de rancor. Me senti imensamente feliz em ver a sua evolução como pessoa e, passei acreditar que posso evoluir também. Me casei com 10 meses de namoro, me divorciei com 6 meses de casamento e estou na raiva até agora, mas, ontem quando entrei aqui, o coração deu uma acalmada e fiquei em paz. Pode ser que eu case novamente, pode ser que não. Pode ser que eu faça uma FIV pra ter um filho, pode ser que eu tenha naturalmente. Não sei, já me castiguei demais por coisas que estão fora do meu controle, hoje!
Enfim, continue escrevendo, conte sobre seu baby, sobre você como mulher e agora mãe. A sua história me inspira e me motiva a ser uma pessoa da qual terei orgulho um dia, porque hoje eu tenho vergonha!!!

Beijinhos!

Momento Descontrol disse...

Com 25 anos, eu me casei; com 26, fiquei sem mãe e sem rumo, e com 27 me separei e me apaixonei perdidamente. 26 anos é um livro inteiro a ser escrito ainda, toda uma história linda esperando pra ser vivida.
E não se envergonhe por ser quem você é, não tem nada de errado contigo! voc^só é jovem e cheia de autocrítica - isso melhora muito com a idade, vc vai ver. as melhores pessoas costumam ser as que se acham as piores. ;-)
obrigada pelo seu comentário lindo.

Fulano disse...

Acabei de redescobrir isso aqui... e descobri que foi deixado de lado novamente (e muito justificado, diga-se de passagem). Vou salvar e aguardar voltar.