quinta-feira, junho 05, 2003

Definitivamente não dá mais para levar essa vida desapegada dos bens materiais. Ontem quase tive um filho no ônibus de tanto ódio. Tinha gente saindo pela janela, sem exagero. Tinha MESMO gente saindo pela janela. Desci a rebouças inteira encaixada na catraca, com dois sovacos, um de cada lado da minha cabeça, impedindo que me movimentasse. E o puto do motorista parava em todos os pontos, mesmo quando não cabia nem mais um peido lá dentro. E o povo idiota da porta ficava gritando "ô gente, dá um passinho à frente aí". Se eu desse um passinho à frente, meu pé ficaria em cima da canela de uma senhora robusta que já me olhava com ódio, e meu nariz ficaria ainda mais enfiado no sovaco de outro trabalhador. Não dava para respirar. Na hora de descer, o motorista quase não parou no meu ponto, o que gerou revolta nos passageiros que começaram todos a gritar (por minha causa!!! foi lindo). Fiquei com o maxilar travado devido à tensão e pouco prestei atenção à aula. Cheguei em casa ainda com o maxilar travado. Tomei minha águinha poderosa para conseguir dormir. A conclusão foi que dormi feito uma pedra, acordei uma hora atrasada, coloquei a lente do lado contrário e passei rímel na boca, achando que era batom. Está decidido. Até o final do ano, compro um carro. INFERNO.

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