sexta-feira, julho 15, 2005

The end of an era

Puts, tantos traumas em um espaço tão curto de tempo devem ter alterado todo o meu sistema nervoso. Estão acontecendo tantas e tão grandes coisas que, em CNTP, me deixariam prostrada de gastrite, cabelo caindo, cutículas comidas e tremedeiras. Não são coisas ruins, mas novas, muitas, que deviam me deixar ansiosa. Porém, estou numa calma de dar inveja ao dalai-lama. Tenho medo de ter me tornado apática.
O fato é que no mesmo dia (ontem), meu time foi tricampeão (em um jogo bonito mas meio fácil, admito), marquei viagem para Buenos Aires e recebi proposta de um novo emprego. À noite, dormi como um bebê.
Hoje, aceitei o novo emprego e pedi demissão do atual, tudo com uma calma e uma maturidade que estão me assustando de verdade. Parece que tem uma outra pessoa morando em mim, pra quem eu tenho vontade de dizer: "Ei, você!! Descontrole-se, meta os pés pelas mãos, perca a fome, grite, peça a opinião de todo mundo sobre sua vida pessoal!! Você está acabando comigo com essa sua classe!"
Porém, apesar da minha maturidade recém-descoberta, devo confessar que estou de coração partido. Eu me vendi em troca de regularidade (leia-se registro em carteira), 13º, férias e de um horário de trabalho pra lá de generoso. Acho que vou gostar do trabalho, mas isso nem é o mais importante no momento. Aqui onde estou o salário é baixo, não tem segurança nenhuma, a gente faz uma caralhada de coisas, eu faço a mesma coisa há séculos e reclamo, reclamo e reclamo. Mas o foda é que eu gosto demais da conta do clima, das pessoas, do café... Eu vou morrer de saudade. No fundo, eu nem sei de onde tirei coragem pra sair daqui, é isso que mais me surpreende. Estou ficando velha e medrosa, antes eu sempre me joguei nas trocas de emprego... Pelo menos minha chefe garantiu que posso voltar, se quiser.
Sei lá. Eu espero que dê tudo certo, que seja muito bom e que eu tenha forças pra aguentar a saudade sem ir chorar no banheiro todos os dias. Foda.
Bom, cruzem os dedinhos aí por mim e passem muitos, MUITOS frilas. Agora sou uma dondoca com tempo livre e dinheiro curto (como sempre).

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