Você está de bobeira no sábado e resolve ir ao cinema. Como vai sozinha, decide ver aquele filme bobinho, leve, divertido e mongo que seu namorado não vai mesmo querer ver. Escolhe "Separados pelo Casamento" porque o trailer diz que ele é tudo isso e porque a mulher de sua vida, aquela com quem você casaria e teria 8 filhos se você fosse homem, é a estrela. Compra sua pipoquinha e nem se importa de sentar perto das duas adolescentes, porque o filme é besta mesmo e todo mundo vai rir e você não quer ser uma velha rabugenta.
E então, o que acontece? O filme não é engraçado. Nem um pouco engraçado. Na verdade é bem deprimente. Você vai sentindo aquele desconforto subir pela sua garganta, porque você não queria estar ali se identificando com o vilão da história e repensando a sua relação e a sua própria pessoa enquanto um todo. Você queria estar rindo e dizendo "que ridículo" e "ówn, que fofo", só isso. E não, você está ali se sentindo mal e culpada. E as adolescentes do lado estão se esvaindo em lágrimas e assopros no lenço e repetindo sem parar "é igualzinho ele, igualzinho".
E daí você sai do cinema irritada e deprimida, desejando a morte da pessoa que fez toda a propaganda enganosa desse filme. Bando de cães.
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