Todo dia eu ouço alguém reclamando de São Paulo. Mas todo dia eu encontro um amigo que voltou pra cá desesperado de saudade, largando carreira, salário milionário, iates e mulheres para trás. Por que será? Será que é só bairrismo ou isso aqui vicia mesmo?
No meu caso, eu sentia tanta falta da cidade quanto das pessoas, como se ela mesma fosse uma pessoa. E se fosse, seria aquele tipo chato de conviver: temperamental, confuso, com mania de grandeza, meio cruel e indiferente. Daqueles que você conta seus problemas chorando sangue e a pessoa caga e anda.
Mas seria também daquele tipo que, quando ninguém está olhando, te dá um presentinho, faz um cafunezinho e te chama de princesa. Do tipo que você não consegue ficar longe porque ela está sempre te surpreendendo, te levando pra lugares incríveis, fazendo você rir e se sentir o mais singular do mundo. Às vezes muito feia, outras a mais linda que você já viu.
Isso era pra ser um post de três linhas só pra tentar entender que tanta graça nós vemos em SP, e acabou virando mais uma declaração de amor. É um caso perdido, mesmo.
quarta-feira, setembro 30, 2009
quarta-feira, setembro 23, 2009
Se nada mais der certo
Sempre me incomodou muitíssimo não ter um talento secundário pra explorar caso nada mais dê certo. Sabe aquela coisa de "se nada mais der certo, eu vou vender coco na praia"? Eu não sei fazer mais nada além daquilo que me formei pra aprender a fazer e correlatos. Não posso pensar em vender nada na praia porque sou péssima comerciante, tenho vergonha de cobrar o justo, como o estoque inteiro, fico com preguiça e quero ir tomar banho de mar...
Mas todo mundo parece ter um plano B. Como a minha amiga Lizandra, que sempre disse que se nada mais desse certo, viraria taxista. Mas acabou virando roteirista e sopeira. E olha que o plano A dela nem deu errado. Ou o Sassê, que pode virar pintor ou professor de esperanto, ou a Casé, que pode virar sushi girl ou motogirl. Enfim. Todo mundo tem talentos secundários, menos eu.
Mas isso acaba de mudar. Se nada mais der certo, eu viro cozinheira. Eu já sabia que a minha receita de rabanadas era a melhor do mundo. Agora, acabei de inventar o melhor arroz doce do mundo. É óbvio que comi a panela toda, mas estamos em fase de testes, então ninguém pode me recriminar por isso. Eu preciso garantir a qualidade do produto. E eu GARANTO que ninguém nunca comeu um arroz doce desse tipo, do tipo fruto proibido. E graças a eles dois, se nada mais der certo, eu não precisarei vender um rim ou me prostituir.
Ok, não é um cardápio mega variado. Não é que eu seja assim uma cozinheeeeira, nossa, quantos pratos ela faz. Mas já é um começo, né? Já é algo pra eu me agarrar. No mínimo, se nada mais der certo e eu ficar pobre, sozinha e enrugada, prontinha pra ser devorada pelos gatos, já poderei esperar por isso na companhia de comidinha gorda e boa.
Mas todo mundo parece ter um plano B. Como a minha amiga Lizandra, que sempre disse que se nada mais desse certo, viraria taxista. Mas acabou virando roteirista e sopeira. E olha que o plano A dela nem deu errado. Ou o Sassê, que pode virar pintor ou professor de esperanto, ou a Casé, que pode virar sushi girl ou motogirl. Enfim. Todo mundo tem talentos secundários, menos eu.
Mas isso acaba de mudar. Se nada mais der certo, eu viro cozinheira. Eu já sabia que a minha receita de rabanadas era a melhor do mundo. Agora, acabei de inventar o melhor arroz doce do mundo. É óbvio que comi a panela toda, mas estamos em fase de testes, então ninguém pode me recriminar por isso. Eu preciso garantir a qualidade do produto. E eu GARANTO que ninguém nunca comeu um arroz doce desse tipo, do tipo fruto proibido. E graças a eles dois, se nada mais der certo, eu não precisarei vender um rim ou me prostituir.
Ok, não é um cardápio mega variado. Não é que eu seja assim uma cozinheeeeira, nossa, quantos pratos ela faz. Mas já é um começo, né? Já é algo pra eu me agarrar. No mínimo, se nada mais der certo e eu ficar pobre, sozinha e enrugada, prontinha pra ser devorada pelos gatos, já poderei esperar por isso na companhia de comidinha gorda e boa.
segunda-feira, setembro 14, 2009
Eu fico com a beleza da resposta das crianças
Matheus, 10 anos:
"Sua roupa é que é estranha ou você está um pouco gorda mesmo?"
Matheus, 10 anos, um pouco mais cedo:
"Por que você está passando esse negócio preto no olho?"
Eu: "Pra ficar bonita, oras"
"Mas então por que você não fica?"
JAMAIS terei filhos. Nunquinha. Basta eles começaram a falar pra eu me atirar no poço.
"Sua roupa é que é estranha ou você está um pouco gorda mesmo?"
Matheus, 10 anos, um pouco mais cedo:
"Por que você está passando esse negócio preto no olho?"
Eu: "Pra ficar bonita, oras"
"Mas então por que você não fica?"
JAMAIS terei filhos. Nunquinha. Basta eles começaram a falar pra eu me atirar no poço.
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