quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Nostalgias

Eu era um sujeito então perseguido pelas nostalgias. Sempre tinha sido, e não sabia como me livrar da saudade para viver tranqüilamente.

Ainda não aprendi. E desconfio que nunca vou aprender. Mas pelo menos já sei uma coisa valiosa: é impossível se livrar da memória. Você não pode se livrar daquilo que amou.

Isso tudo vai estar sempre com a gente. Sempre vamos desejar recuperar o lado bom da vida e esquecer e desnutrir a memória do lado mau. Apagar as perversidades que cometemos, desfazer as lembranças das pessoas que nos magoaram, eliminar as tristezas e as épocas de infelicidade.

É totalmente humano, então, ser um nostálgico, e a única solução é aprender a conviver com a saudade. Talvez, para a nossa sorte, a saudade possa se transformar, de uma coisa depressiva e triste, numa pequena faísca que nos impulsione para o novo, para nos entregar a outro amor, a outra cidade, a outro tempo, que talvez seja melhor ou pior, não importa, mas será diferente. E isso é o que todos procuramos todo dia: não desperdiçar a vida na solidão, encontrar alguém, entregar-nos um pouco, evitar a rotina, desfrutar a nossa parte da festa.

Eu ainda estava assim. Tirando todas essas conclusões. A loucura me rondava e eu escapulia. Tinha sido coisa demais em muito pouco tempo para uma pessoa só, e saí por dois meses se Havana.

Pedro Juan Gutiérrez, minha mais nova paixão, em “Trilogia Suja de Havana”

Roubado do delícia Don't Touch My Moleschine

Um comentário:

Letícia disse...

Pedro Juan é o cara.
E eu acho que te conheci e acho que você não foi com a minha cara, mas acontece.
Ah, sim, eu acho o Animal Tropical ainda melhor.