quarta-feira, agosto 25, 2010

Zoo

Ter um cão é:



Se sentir a criatura mais importante de todo o universo toda vez que entra em casa
Passar muito mais tempo avaliando a qualidade nutricional de bifinhos do que da sua própria comida
Levar mordidas, patadas e lambidas na cara no meio da noite
Falar com voz de bebê feito uma retardada
Enfrentar chuva, frio, preguiça e TPM para levá-lo passear
Se sentir extremamente protetor
Se sentir extremamente protegido
Gastar metade do salário em brinquedos (dos quais ele vai enjoar em meia hora)
Seus programas preferidos serem o do Dr. Pet e "Ou eu ou o cachorro"
Deixar a televisão ligada quando sai de casa
Recusar programas com os amigos porque o cão fez olhinhos pidões
Dormir abraçadinho e acordar com a boca cheia de pelos
Perder a hora de manhã porque ele ficou muito fofinho na cama e vc teve dó de desacomodá-lo
Dividir sua comida. Sempre

Ter um gato é:



Aprender a lidar com o desprezo
Ganhar o dia só por levar um cheirinho ou uma lambida
Levantar no meio da madrugada pra espirrar água na gata que resolve cantar óperas às 3h da manhã
Passar horas no supermercado pensando se ele vai gostar mais do sabor cordeiro ou do sabor atum da noruega
Chegar em casa e ele não gostar de nenhum dos dois, pois prefere a sua comida
Gastar uma fortuna num brinquedo cheio de rampas, arranhadores e túneis e ele preferir uma caixa de supermercado
Acordar com a cabeça muito quentinha porque tem um chapéu de gato dormindo nela
Ficar viciado em rom-rom
Falar com voz de bebê feito uma retardada e saber que ele te acha uma retardada
Pisar de leve para não amassar nenhum rabo
Guardar todos os papéis que iriam pro lixo para transformar em bolinhas
Ter todas as roupas customizadas por pêlos

Ter bichos é:
Esquecer como se fica triste.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Sofro, viu?

Eu não sou uma pessoa organizada com minhas finanças. Absolutamente. Adoro comprar, tenho compulsão e estou sempre correndo atrás das dívidas do cartão de crédito. Antes eu achava que o universo era injusto, que eu fazia tudo certinho e nunca sobrava dinheiro porque eu ganhava mal e tudo era caro. Se eu ganhava aumento, o aluguel também aumentava, por exemplo. Mas eu sempre esquecia de botar os sapatinhos, as bolsinhas e os vestidinhos do mês na conta.

Então é isso, aceite que eu gosto de gastar, da mesma forma que eu gosto de fumar e de beber. São todas coisas que me fazem mal e vão me cobrar com juros um dia, mas sem as quais eu perco o humor. Então eu vou me dando um prazo pra me livrar delas - ou pelo menos diminuir nosso convívio.

Depois dos apuros do ano passado, naquele episódio em que amigos do blog me ofereceram dinheiros (que eu não aceitei) e reforçaram minha fé na humanidade, eu decidi pelo menos tentar controlar o monstro da compulsão. Apesar de continuar arregalando os olhos, suando frio e comendo as 10 unhas da mão de uma só vez cada vez que eu vejo um sapato incrível, já consigo manter a carteira fechada em 50% das vezes.

Hoje eu descobri o site no qual eu poderia comprar minhas roupas pelos próximos 10 anos sem enjoar nem ficar triste. Todo tipo de roupas, sapatos, bolsas, objetos de decoração e trililiques para o cabelo com os quais eu sempre sonhei estão lá. Todos, do jeito que eu sempre quis. Em dólar, mas muitas vezes mais baratos que os daqui. Entregam no Brasil. E ainda assim, eu NÃO COMPREI NADA.

Me senti vitoriosa, madura e em paz. Por 10 minutos. Depois me senti frustrada, depois feia, depois extremamente mal vestida e, por fim, pobre e injustiçada. De que me adianta trabalhar TANTO se eu não posso ter um reles vestidinho de pinup? Eu sei que a culpa é minha mesmo, que se não fosse uma gastadeira louca compulsiva já poderia ter uma bela poupança e pagar minhas coisas todas à vista e ter quantos vestidinhos de pinup eu quisesse e morar numa casa baaaaaaaaarrrrrrrrrrrco e etc.

Então eu decidi IMPRIMIR os vestidos e colar na cabeceira da minha cama. Vou acordar e olhar pra eles todos os dias e pensar: se eu não comprar nada hoje, logo eles serão meus. My precious.

Rezem para que funcione. Senão, daqui um mês eu terei oito vestidos novos e uma conta a qual não serei capaz de pagar. Grata.

ps.: a quem interessar possa, o site é esse aqui: http://www.modcloth.com/store/ModCloth/Womens/Dresses. Cliquem por sua conta e risco.

quarta-feira, agosto 11, 2010

Coisas que valem a pena

Vira e mexe eu me pergunto por que diabos ainda mantenho este blog. Ele nasceu há 10 anos, quando eu tinha toda uma juventude inocente pela frente, estava apaixonada pelo moço mais errado do mundo e queria mostrar pra ele o que ele estava perdendo. Também ia no churras da facul e dançaria "I gotta a feeling" com os olhos fechados e os bracinhos pra cima se tal música existisse. O Momento Descontrol nasceu pra que eu pudesse me auto-afirmar e equivalia a um "oi, tô aqui, olha pra mim, me ama!". Não tinha nem comentários, era só eu falando pataquadas sem saber pra quem ou por que.

Felizmente, o tempo passa e hoje eu sou uma senhora de respeito, dona do meu nariz, mãe de três filhinhos (cãozinho, gatinho 1 e gatinho 2), com um corte de cabelo bapho, excelente gosto para sapatos e namorada do moço mais certo do mundo. E ainda consigo passar uma noite inteirinha em cima do salto sem reclamar. O moço mais errado do mundo ficou para trás - e graças ao Orkut eu sei que ele hoje é gordo e careca.

É claro que sou uma senhora de respeito ainda um pouco neurótica, ainda um pouco descontrolada e ainda bastante insegura. Mas já sei a maioria dos por quês e já não preciso mais gritar pro mundo que sô rikah, sô bunita, tô na moda. Também já não sou mais tão bobinha para achar que minhas opiniões são geniais a ponto de interessar pra alguém, tampouco tenho saco de fazer um diarinho da minha vida suuuper interessante. Praticar a escrita, porque eu gosto de escrever? Posso fazer isso e guardar só pra mim. Então, what's the point?

Daí ontem recebi um e-mail de uma pessoa que veio aqui e leu o blog algumas vezes. Foi uma das coisas mais bonitas que alguém já me escreveu - não porque era cheio de elogios nem nada assim. Mas porque essa pessoa dizia que havia passado por tantas coisas parecidas e se identificado com tantas outras e que havia morrido de rir em alguns textos. A parte que eu mais gostei foi:

"Na maioria das vezes você nunca saberá qual foi o sentimento que seu post despertou nas pessoas, são anônimos, você pode até quantificar, mas não saberá o que despertou em cada leitor".

Porque é verdade, a gente sai despejando tanta coisa na internet sem nem pensar que tá cheio de gente do outro lado. Gente que pode ficar mexida de alguma forma. Sair daqui mais feliz ou mais triste ou mais indignado. Eu nunca pensei que isso acontecesse, embora eu saia assim dos blogs que leio. E é bem gostoso saber que tem gente que, mesmo cheia de coisa para fazer, tira uns minutinhos para vir aqui e dar atenção para esse monte de besteira.

Então eu acho que, embora o tempo passe e tudo melhore, certas coisas não mudam. Eu mantenho o blog porque eu gosto de conversar. Simples assim.

Wagner, vc me fez ganhar o dia, a semana e o mês inteiro com o seu e-mail. Não mereço mesmo aquilo tudo. Muito obrigada!

sábado, agosto 07, 2010

Help, aplusk

Três palavrinhas pra vcs: dicas de paris. Me mandem tudo: passeios que tem que fazer, passeios que são um engodo, o que e onde comer, o que comprar, que roupa levar. As dicas de quem já foi são muito melhores que as de qualquer guia. E ajudam o tempo a passar mais depressa.

Ajuda eu, gente.

quarta-feira, agosto 04, 2010

Everybody is gonna love today

A gente fica uma vida inteira se matando pra tentar encontrar a felicidade. Porque a gente tem essa obrigação, né? De ser feliz, de estar de bem com a vida etc. Dá-lhe anos de análise, remédios, casamentos e namoros esquisitos (melhor que ficar só, dizem), compras, chocolates, porres, drogas, tinta no cabelo, cortes de cabelo, massagens, diplomas... Tudo em busca dessa tal felicidade - bicha tímida, vc mal fez um cafuné nela e a safada já saiu correndo e se escondeu de novo.

Pois bem. Tudo besteira. Tudo perda de tempo isso daí. Felicidade mesmo é saber em agosto que vai ter show do Mika em novembro. Vão ser 3 meses de eufórica expectativa que Prozac nenhum jamais me deu e uma razão para viver como nunca tive antes. E uma razão pra continuar vivendo também depois do show, só pra poder aborrecer todo mundo contando como foi.

Quem diz que a idolatria é ridícula não entende nada de felicidade. Esse dois, esse dois, esse dois.

terça-feira, agosto 03, 2010

Lágrimas escassas

Eu queria, de todo o meu coração, ser do tipo que se emociona e chora lendo coisas inteligentes e profundas, como Virginia Woolf ou Silvia Plath. Ou, sei lá, vendo o filme da Bjork, aquele um que é tanta desgraça que todo mundo chora e fica pensando em suicídio depois.

Mas não. Eu sou do tipo que chora no metrô e se emociona e perde o sono por causa de Férias!

Bons tempos aqueles em que eu fazia força pra ser inteligente.