Esta semana eu decidi parar de fumar.
Resolvi colocar desta forma porque é muito mais impactante, mas na verdade eu decidi consultar um médico para avaliar as opções que tenho para me ajudar a parar de fumar. O que não quer dizer absolutamente nada de concreto. Não significa que eu vou mesmo parar, nem mesmo que eu vá continuar com vontade de parar de fumar. Vou só avaliar se o sofrimento vai ser muito ou pouco. Eu já tinha tomado essa decisão desde o começo do ano, na verdade, por um monte de motivos, nenhum deles relacionado a viver mais.
Esta semana teve a boa e velha semana da segurança na firma, quando sempre rolam aquelas palestras manjadas que ensinam que se você quiser viver bastante, não deve fumar, beber, trepar, comer carne ou passar perto de doces. Qualquer uma dessas coisas diminuirá sua expectativa de vida em milhares de anos, destruirá a vida de todos que você ama e provavelmente foi responsável pela extinção dos dinossauros.
A palestra não teve nada a ver com a história de parar de fumar. Na verdade, ela quase me demoveu da ideia, dizendo que não fumantes são tres vezes mais afetados pelo cigarro do que fumantes, e que o cigarro continua fazendo mal ao ex-fumante, mesmo depois de 20 anos sem ele. So, what's the point?
A palestra só me fez pensar na inocência do ser humano em se apegar com tanta força a esse mito de que temos algum controle sobre o viver e o morrer. A gente come verduras, come ração humana, dorme 8 horas religiosamente, faz exercícios, faz sexo seguro, olha para os dois lados antes de atravessar, porque nós precisamos acreditar que quem determina nosso tempo de vida somos nós. Que somos capazes de barganhar com a dona morte. Ou até enganá-la. Que se fizermos tudo certinho, ela vai nos deixar curtir a festa mais um pouco.
Eu não acredito nisso, apesar do José Alencar estar aí me desmentindo. Acho bem mais fácil simplesmente aceitar que ela vem pra todo mundo, e não está nem aí para seus erros ou acertos. Mais cedo ou mais tarde, tanto faz.
Então por que parar de fumar? Por causa dos meus perfumes. Eu tenho uma pequena fortuna em perfumes, minha memória que funciona melhor é a olfativa e o cigarro está se metendo neste delicado relacionamento. Ninguém nunca vai me chamar de linga, ou magrela, ou gostosa, ou genial. Então que pelo menos me chamem de cheirosa.
4 comentários:
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Tem que ter um botão desses para posts também.
Que maravilha! enfim alguém que pensa como eu - adoro! O povo não entende que quando se nasce começa a morrer, então vamos parar com estas babaquices. Cada um morre quando e do jeito que tiver que morrer. Enquanto isto, me deixem fumar em paz! - terei a eternidade para ser ex-fumante.
um beijo
Fiz a mesma coisa. Fui ao médico e tals. Até peguei as receitas mas não tomei nenhuma atitude (nem nenhum medicamento) até agora. Sem coragem prá começar. Mas pensando no assunto. Também por motivos que não vem ao caso mas evitar a morte certamente não é um deles.
Um fulaninho disse que vai me dar de presente um cigarro elétrico... experimentei e gostei. Não tem cheiro nenhum, Su. Mas tem a fumacinha... e um pouquinho de niootina prá alimentar os bichos internos. Mas sem o resto todo. O treco demora prá chegar, então, enquanto isso... enrolemos mais um pouco.
Ai que delícia, Dani!! Eu quero isso, comofas?
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