Uma coisa muito estranha está acontecendo comigo. Passei mais de um ano da minha vida acreditando que aquele pamonha de pinto pequeno era o homem da minha vida e que meu destino era sofrer por ele. Isso porque eu achava ele perfeito, cheio de qualidades, quase um super-homem e ele tinha me dado um pé na bunda. Ou seja, eu não era boa o bastante para ele. Foi um longo ano, cheio de dúvidas: "por que eu não sou boa o bastante para ele? Onde é que eu estou errando? O que eu preciso fazer para ele me achar digna dele? Será que é por causa das minhas roupas, que não são do surf?" Enfim, uma bosta. Abri mão da minha personalidade e comi o pão que o diabo amassou por acreditar piamente que tinha encontrado o homem da minha vida mas, como Deus é injusto, ele não me queria.
Só que, sutilmente como uma tijolada, percebi que oitenta por cento das razões pelas quais eu achava-o tão perfeito haviam sido criadas na minha cabeça de bagre. E que eu passei um ano correndo atrás e chorando por ter perdido uma coisa que nunca existiu. Eu nunca me preocupei de verdade em conhece-lo. Criei aquela personalidade na minha cabeça e nunca consegui enxergar a personalidade veraddeira dele, ou nunca quis enxergar. Na verdade eu sentia umas pontadinhas, mas não queria aceitar que meu castelinho de areia pudesse ruir. Senti isso quando ele virou pro lado e dormiu, quando ele não carregou minha mochila, quando ele desmarcou coisas que eu passei um mês esperando e ele sabendo que eu queria, quando ele brigou feio comigo por causa da marquinha no pescoço... Enfim, eu sabia. POr que a gente fica tão burra quando se apaixona né?
E hoje, quando olho pra ele e consigo ver tudo isso, fico com um pouco de ânsia de vômito, tipo quando vc engole um pêlo. Depois a ânsia passa e começo a rir muito, porque tudo ficou patético e ele, na verdade, é um patético, não tem outra palavra para definir. Fico procurando um restinho do sentimento todo que eu tinha aqui por ele, mas não acho nada!!! Acho isso muito estranho, essa minha capacidade de deletar as pessoas da minha vida assim. No fundo, acho que é um superpoder ótimo. Quer dizer: quem tem super-poderes nesssa história toda, sou eu. Não é lindo descobrir isso?
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