quarta-feira, outubro 27, 2004
Nunca perdi o sono me questionando de onde viemos, para onde vamos, qual o sentido da vida, se veio primeiro o ovo ou a galinha ou se seriam os deuses astronautas. Pra mim, a pergunta que não quer calar é: pelos, por que tê-los?
terça-feira, outubro 26, 2004
Os dias estão simplesmente lotados e eu estou à beira de um ataque de nervos.
segunda-feira, outubro 25, 2004
Ia ser legal se no cinema, em frente de cada cadeira, tivesse uma camerazinha pequenininha que filmasse as reações das pessoas. Se isso existisse, vocês veriam que em Kill Bill eu ri e chorei muito, muito; tapei e revirei os olhos, fiz as mais variadas caretas, tapei a boca com as duas mãos para não gritar de surpresa, mordi a mão de aflição e soltei uns 50 mil suspiros. Acho impossível fazer essa classificação que estão fazendo: qual é melhor? Volume 1 e 2 são tão diferentes que é como querer comparar um filme de ação e um de drama. Só sei que a saga inteira é perfeita, maravilhosa e tem tudo que eu espero de um filme. Na próxima encarnação eu queria ser o Tarantino, mesmo que precisasse ser parecida com o Samuel Rosa. Nem me importo.
sexta-feira, outubro 22, 2004
Recebi esse texto por e-mail, de um amigo meu, antes do primeiro turno e acabei não arrumando tempo para blogar. Acontece que gostei do que ele escreveu, concordo e me redimo da omissão, blogando agora:
Caro(a) paulistano(a),
Você já fez alguma vez na vida uma reflexão séria sobre o porquê de elegermos um prefeito para a nossa cidade?
Há pessoas que acreditam que precisamos de um prefeito para os carros paulistanos (e não para os cidadãos). Esses provavelmente contribuirão para a eleição de um candidato específico e eu não me incluo entre eles. Há outros que acham que o prefeito deve simplesmente fazer "a cidade funcionar", ser um "administrador técnico", pretensamente acreditando que esse "técnico imparcial" exista. Esses, entre os quais eu também não me encontro, não se perguntam "funcionar para quem?". É claro que não existe administração política técnica e imparcial (simplesmente pelo fato de ser uma administração política), mas essas pessoas escolherão um outro determinado candidato.
Em que cidade, afinal, merecemos viver? O que Marta fez, em quatro anos de administração municipal, para contribuir para a construção dessa cidade que desejamos?
Marta fez CEUs, fez alguns passa-rápido, reestruturou o transporte coletivo municipal, contribuiu decisivamente para a revitalização do centro da cidade, repavimentou ruas e avenidas, tapou buracos no asfalto, criou o leva-e-traz, implantou uma merenda escolar decente nas escolas municipais... Mas e daí?! Uma cidade não vive apenas disso.
Não sei se todos vocês repararam, mas a cidade anda mais bonita. Os tais "coqueiros", alvo de uma das mais nefastas campanhas políticas da História dessa cidade, são apenas parte do que a prefeitura conseguiu fazer nesse sentido. Hoje em dia eu vou trabalhar a aproximadamente 13 quilômetros da minha casa, passando por vias arborizadas (há, aliás, muitas espécies de árvores diferentes - e de plantas rasteiras também). Passo todos os dias por uma avenida importante da cidade, em que os postes de luz estão prateados (e não pretos, encardidos, como há muito tempo). Vejo com orgulho pontos de ônibus bonitos, com letreiros eletrônicos que passam, em vermelho, informações sobre as linhas daquele passa-rápido específico. Vejo obras em uma outra importante avenida da cidade para passar a fiação dos postes (símbolo máximo da deterioração da cidade, depois do minhocão) por baixo das calçadas. Depois ouço a campanha do candidato do PSDB (que, segundo José Simão, quer se eleger administrador de hospital), e respondo quase revoltado: me desculpe, senhor Serra, mas eu quero viver em uma cidade bonita.
Vamos mais além. O que representam os passa-rápido e os CEUs como lugares simbólicos (mais do que como obras reais)? Há candidatos que definem os CEUs como "obras faraônicas". Há uma série de problemas nos CEUs - principalmente pedagógicos -, mas este certamente não o é. Que político deste país já investiu R$ 20.000.000,00 de reais em um bairro da periferia para fazer alguma coisa que atendesse, primordialmente, as necessidades da população daquele lugar? Que prefeito desta cidade usou o mapa de exclusão social do Município de São Paulo para definir, de acordo com as áreas de maior pobreza e exclusão social, onde seriam construídas estas escolas?
E os passa-rápido? Há alguns candidatos que teimam em chamar essa nova estrutura de organização do transporte coletivo municipal de "corredores de ônibus". São pessoas que, ou de má fé, ou por ingenuidade, não repararam que eles são substancialmente diferentes dos corredores de ônibus tradicionais, também pelo fato de serem bonitos. Vamos ver o passa-rápido da Rebouças, por exemplo. A Rebouças tinha três - e em alguns trechos quatro - faixas na prática abertas aos carros. Hoje tem apenas duas em toda a sua extensão. Eu passo na Rebouças todos os dias de carro. E o meu depoimento é o seguinte: além de estar mais agradável, passo menos tempo hoje, no trânsito na Rebouças (de carro) do que passava há dois anos. Para quem vai de ônibus, então, nem se fale! Pessoas que demoravam ali cerca de uma hora demoram hoje 30 minutos. Muitas pessoas, aliás, têm deixado seus carros em casa e usado os ônibus por que o transporte coletivo nesta cidade finalmente ganhou prioridade sobre o automóvel particular e o serviço está melhor.
Os ônibus dos passa-rápidos, que o cidadão toma usando o seu bilhete único, têm na placa que mostra o itinerário não apenas avenidas, mas também os CEUs por onde eles passam. Isso é uma mudança magnífica nesta cidade: as escolas (que funcionam também como centros comunitários e culturais e que aquelas pessoas que não entenderam nada chamam de "escolões") se transformaram em pontos de referência importantes para uma imensa parte da população da cidade.
Votarei em Marta não por que ela criou o leva-e-traz, não porque construiu túneis ou construirá CEUs Saúde, mas principalmente porque ela conseguiu dar o ponta-pé inicial para que essa cidade se transforme verdadeiramente em uma cidade mais humana, mais habitável, uma cidade em que queremos morar. Isso se consegue quando a população como um todo se sente valorizada pelo poder público. E é isso o que essa administração municipal conseguiu fazer. Os cidadãos paulistanos hoje vêem a administração municipal funcionando para que as coletividades se desloquem com maior eficiência. Vêem a sua cidade poluída e congestionada ganhar tons de verde inimagináveis há alguns anos. Observam, quando conseguem reparar para fora das janelas de seus carros, pessoas mais satisfeitas nos pontos de ônibus. Enfim... gostam mais, hoje, de morar em São Paulo do que há pouco tempo.
Como disse meu barbeiro outro dia, "se houver justiça, Marta tem que ganhar essas eleições".
Um abraço,
Daniel Vieira Helene
historiador e professor
Caro(a) paulistano(a),
Você já fez alguma vez na vida uma reflexão séria sobre o porquê de elegermos um prefeito para a nossa cidade?
Há pessoas que acreditam que precisamos de um prefeito para os carros paulistanos (e não para os cidadãos). Esses provavelmente contribuirão para a eleição de um candidato específico e eu não me incluo entre eles. Há outros que acham que o prefeito deve simplesmente fazer "a cidade funcionar", ser um "administrador técnico", pretensamente acreditando que esse "técnico imparcial" exista. Esses, entre os quais eu também não me encontro, não se perguntam "funcionar para quem?". É claro que não existe administração política técnica e imparcial (simplesmente pelo fato de ser uma administração política), mas essas pessoas escolherão um outro determinado candidato.
Em que cidade, afinal, merecemos viver? O que Marta fez, em quatro anos de administração municipal, para contribuir para a construção dessa cidade que desejamos?
Marta fez CEUs, fez alguns passa-rápido, reestruturou o transporte coletivo municipal, contribuiu decisivamente para a revitalização do centro da cidade, repavimentou ruas e avenidas, tapou buracos no asfalto, criou o leva-e-traz, implantou uma merenda escolar decente nas escolas municipais... Mas e daí?! Uma cidade não vive apenas disso.
Não sei se todos vocês repararam, mas a cidade anda mais bonita. Os tais "coqueiros", alvo de uma das mais nefastas campanhas políticas da História dessa cidade, são apenas parte do que a prefeitura conseguiu fazer nesse sentido. Hoje em dia eu vou trabalhar a aproximadamente 13 quilômetros da minha casa, passando por vias arborizadas (há, aliás, muitas espécies de árvores diferentes - e de plantas rasteiras também). Passo todos os dias por uma avenida importante da cidade, em que os postes de luz estão prateados (e não pretos, encardidos, como há muito tempo). Vejo com orgulho pontos de ônibus bonitos, com letreiros eletrônicos que passam, em vermelho, informações sobre as linhas daquele passa-rápido específico. Vejo obras em uma outra importante avenida da cidade para passar a fiação dos postes (símbolo máximo da deterioração da cidade, depois do minhocão) por baixo das calçadas. Depois ouço a campanha do candidato do PSDB (que, segundo José Simão, quer se eleger administrador de hospital), e respondo quase revoltado: me desculpe, senhor Serra, mas eu quero viver em uma cidade bonita.
Vamos mais além. O que representam os passa-rápido e os CEUs como lugares simbólicos (mais do que como obras reais)? Há candidatos que definem os CEUs como "obras faraônicas". Há uma série de problemas nos CEUs - principalmente pedagógicos -, mas este certamente não o é. Que político deste país já investiu R$ 20.000.000,00 de reais em um bairro da periferia para fazer alguma coisa que atendesse, primordialmente, as necessidades da população daquele lugar? Que prefeito desta cidade usou o mapa de exclusão social do Município de São Paulo para definir, de acordo com as áreas de maior pobreza e exclusão social, onde seriam construídas estas escolas?
E os passa-rápido? Há alguns candidatos que teimam em chamar essa nova estrutura de organização do transporte coletivo municipal de "corredores de ônibus". São pessoas que, ou de má fé, ou por ingenuidade, não repararam que eles são substancialmente diferentes dos corredores de ônibus tradicionais, também pelo fato de serem bonitos. Vamos ver o passa-rápido da Rebouças, por exemplo. A Rebouças tinha três - e em alguns trechos quatro - faixas na prática abertas aos carros. Hoje tem apenas duas em toda a sua extensão. Eu passo na Rebouças todos os dias de carro. E o meu depoimento é o seguinte: além de estar mais agradável, passo menos tempo hoje, no trânsito na Rebouças (de carro) do que passava há dois anos. Para quem vai de ônibus, então, nem se fale! Pessoas que demoravam ali cerca de uma hora demoram hoje 30 minutos. Muitas pessoas, aliás, têm deixado seus carros em casa e usado os ônibus por que o transporte coletivo nesta cidade finalmente ganhou prioridade sobre o automóvel particular e o serviço está melhor.
Os ônibus dos passa-rápidos, que o cidadão toma usando o seu bilhete único, têm na placa que mostra o itinerário não apenas avenidas, mas também os CEUs por onde eles passam. Isso é uma mudança magnífica nesta cidade: as escolas (que funcionam também como centros comunitários e culturais e que aquelas pessoas que não entenderam nada chamam de "escolões") se transformaram em pontos de referência importantes para uma imensa parte da população da cidade.
Votarei em Marta não por que ela criou o leva-e-traz, não porque construiu túneis ou construirá CEUs Saúde, mas principalmente porque ela conseguiu dar o ponta-pé inicial para que essa cidade se transforme verdadeiramente em uma cidade mais humana, mais habitável, uma cidade em que queremos morar. Isso se consegue quando a população como um todo se sente valorizada pelo poder público. E é isso o que essa administração municipal conseguiu fazer. Os cidadãos paulistanos hoje vêem a administração municipal funcionando para que as coletividades se desloquem com maior eficiência. Vêem a sua cidade poluída e congestionada ganhar tons de verde inimagináveis há alguns anos. Observam, quando conseguem reparar para fora das janelas de seus carros, pessoas mais satisfeitas nos pontos de ônibus. Enfim... gostam mais, hoje, de morar em São Paulo do que há pouco tempo.
Como disse meu barbeiro outro dia, "se houver justiça, Marta tem que ganhar essas eleições".
Um abraço,
Daniel Vieira Helene
historiador e professor
quarta-feira, outubro 20, 2004
Procura-se um domador de gênios, com experiência comprovada. Gratifica-se bem.
terça-feira, outubro 19, 2004
Acabou de acontecer uma coisa tão horrenda e vergonhenta que eu não consigo nem descrever. Mas tenho a impressão que minha cara vai ficar vermelha para sempre. Estou me sentindo que nem a Elaine, naquele episódio do Seinfeld em que ela fica amiga de um rabino que mora no prédio dela e decide desabafar com o cara. Ela conta todos os podres dos amigos dela para o rabino e fala mal de todos eles. À noite, o rabino repete todas as palavras da Elaine em seu programa de televisão.
Quando foi com ela, eu achei engraçadíssimo e adorei que a Elaine se deu mal. No meu caso, não achei graça nenhuma. Garght.
Quando foi com ela, eu achei engraçadíssimo e adorei que a Elaine se deu mal. No meu caso, não achei graça nenhuma. Garght.
sexta-feira, outubro 15, 2004
Mais um capítulo da novela "Surreal Days of Our Lives":
Estava eu ontem subindo a Itapeva para ir pra casa, praguejando contra a chuva, completamente alheia aos acontecimentos do mundo, quando um grupinho de pessoas bloqueou minha passagem. Praguejei contra eles também e dei uma olhadinha rápida, só para fazer a praga pegar. Já ia esquecendo o assunto quando uma voz conhecida (e odiada) me fez olhar de novo. E adivinhem quem estava no meio da roda, dedo em riste, defendendo a pena de morte para os criminosos??? Ele mesmo, a lenda, o monstro, o demônio. Paulo Maluf, em carne, osso e malignidade, rodeado de taxistas. Soltinho da silva, nenhum segurança em volta, nenhuma escolta, nenhum jornalista. Fiquei tão passada que não consegui esboçar reação, a não ser um imbecil "como assim??". Três minutos depois comecei a me remoer de raiva. Nunca mais vou ter uma oportunidade dessas. Eu podia ter cuspido nele. Podia ter jogado uma pedra na cara dele. Podia ter enfiado o dedo no olho dele. Podia pelo menos ter xingado a mãe dele. Mas só consegui soltar aquele "como assim?" Decidi que vou andar agora com uma garrafinha de água benta na bolsa. Se eu voltar a ter essa chance um dia, jogo a água benta nele. Tenho certeza que ele derrete.
Estava eu ontem subindo a Itapeva para ir pra casa, praguejando contra a chuva, completamente alheia aos acontecimentos do mundo, quando um grupinho de pessoas bloqueou minha passagem. Praguejei contra eles também e dei uma olhadinha rápida, só para fazer a praga pegar. Já ia esquecendo o assunto quando uma voz conhecida (e odiada) me fez olhar de novo. E adivinhem quem estava no meio da roda, dedo em riste, defendendo a pena de morte para os criminosos??? Ele mesmo, a lenda, o monstro, o demônio. Paulo Maluf, em carne, osso e malignidade, rodeado de taxistas. Soltinho da silva, nenhum segurança em volta, nenhuma escolta, nenhum jornalista. Fiquei tão passada que não consegui esboçar reação, a não ser um imbecil "como assim??". Três minutos depois comecei a me remoer de raiva. Nunca mais vou ter uma oportunidade dessas. Eu podia ter cuspido nele. Podia ter jogado uma pedra na cara dele. Podia ter enfiado o dedo no olho dele. Podia pelo menos ter xingado a mãe dele. Mas só consegui soltar aquele "como assim?" Decidi que vou andar agora com uma garrafinha de água benta na bolsa. Se eu voltar a ter essa chance um dia, jogo a água benta nele. Tenho certeza que ele derrete.
Quando o livro do Queer Eye chegou aqui para ser preparado e traduzido, falaram tanto que não podia contar pra ninguém que ia sair, que depois eu até acabei esquecendo. Pois é, mas foi a Pólen que fez e foi uma delícia. Além de ser bonito, tem umas receitas óoooootemas de drinks.
quinta-feira, outubro 14, 2004
Assisti "Monster", aquele filme que rendeu o Oscar de melhor atriz à Charlize Teron. O filme é legal e tudo. Mas sendo a personagem principal uma mulher basicamente desprovida de atrativos, não seria mais simples terem escalado uma atriz um pouco menos linda que a Charlize, ao invés de encherem a pobre de maquiagem, dentes falsos e uns mil quilos a mais na tentativa de deixá-la feia? Eu não entendo esses diretores, definitivamente não entendo.
sexta-feira, outubro 08, 2004
Hoje o ideal teria sido ficar doente, bem quietinha em casa.
Infernos quintuplos.
Infernos quintuplos.
quarta-feira, outubro 06, 2004
Ok, vou ignorar a tristeza que me invade por ter um blog todo feio e com as imagens quebradas e fazer de conta que está tudo bem.
Namorido me convenceu a tirar a bunda do sofá e acompanhá-lo em sua investida esportista. Eu mal chego em casa e ele já me bota para correr; é um misto de personal trainer com general do exército e demônio dos infernos. Ele não me deixa diminuir o ritmo, não escuta minhas reclamações e só posso beber água duas vezes durante o percurso. E ainda sou obrigada a correr pelo menos um quilômetro (mais do que isso meu pulmão explode). Enquanto estou correndo, apesar da pista cheia de árvores e do cheiro muito bom de mato, tudo que eu quero é matá-lo. Acho que o que me motiva a correr é a vontade de alcançá-lo e esganá-lo. Mas depois que recupero o fôlego, a respiração volta ao normal e eu paro de imaginar que meu coração vai sair pela boca e eu vou demaiar, me sinto muito bem. Ontem eu estava com um humor de cão, no pico da TPM, chorando com comercial de margarina. Mesmo assim, fui arrastada para o parque. Voltei para casa feliz da vida, cantarolando, cheia de endorfinas correndo nas veias e me sentindo super magra-sarada-esportista-gostosa. Claro que não me olhei no espelho, pois quero manter essa sensação até a próxima corrida.
Namorido me convenceu a tirar a bunda do sofá e acompanhá-lo em sua investida esportista. Eu mal chego em casa e ele já me bota para correr; é um misto de personal trainer com general do exército e demônio dos infernos. Ele não me deixa diminuir o ritmo, não escuta minhas reclamações e só posso beber água duas vezes durante o percurso. E ainda sou obrigada a correr pelo menos um quilômetro (mais do que isso meu pulmão explode). Enquanto estou correndo, apesar da pista cheia de árvores e do cheiro muito bom de mato, tudo que eu quero é matá-lo. Acho que o que me motiva a correr é a vontade de alcançá-lo e esganá-lo. Mas depois que recupero o fôlego, a respiração volta ao normal e eu paro de imaginar que meu coração vai sair pela boca e eu vou demaiar, me sinto muito bem. Ontem eu estava com um humor de cão, no pico da TPM, chorando com comercial de margarina. Mesmo assim, fui arrastada para o parque. Voltei para casa feliz da vida, cantarolando, cheia de endorfinas correndo nas veias e me sentindo super magra-sarada-esportista-gostosa. Claro que não me olhei no espelho, pois quero manter essa sensação até a próxima corrida.
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