Mais um capítulo da novela "Surreal Days of Our Lives":
Estava eu ontem subindo a Itapeva para ir pra casa, praguejando contra a chuva, completamente alheia aos acontecimentos do mundo, quando um grupinho de pessoas bloqueou minha passagem. Praguejei contra eles também e dei uma olhadinha rápida, só para fazer a praga pegar. Já ia esquecendo o assunto quando uma voz conhecida (e odiada) me fez olhar de novo. E adivinhem quem estava no meio da roda, dedo em riste, defendendo a pena de morte para os criminosos??? Ele mesmo, a lenda, o monstro, o demônio. Paulo Maluf, em carne, osso e malignidade, rodeado de taxistas. Soltinho da silva, nenhum segurança em volta, nenhuma escolta, nenhum jornalista. Fiquei tão passada que não consegui esboçar reação, a não ser um imbecil "como assim??". Três minutos depois comecei a me remoer de raiva. Nunca mais vou ter uma oportunidade dessas. Eu podia ter cuspido nele. Podia ter jogado uma pedra na cara dele. Podia ter enfiado o dedo no olho dele. Podia pelo menos ter xingado a mãe dele. Mas só consegui soltar aquele "como assim?" Decidi que vou andar agora com uma garrafinha de água benta na bolsa. Se eu voltar a ter essa chance um dia, jogo a água benta nele. Tenho certeza que ele derrete.
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