quinta-feira, outubro 25, 2007

Megalô e Selma

Tem dias em que a gente não tá boa e pronto. Não precisa ter motivo. A gente é menina, é passional e isso basta para justificar passar alguns dias querendo ver o mundo se acabar em lava e enxofre. Nesses dias, eu fico bem pau no cu, contando vários mimimis para a Selma, minha lombriga. Porque eu não gosto de falar com gente quando estou de mimimis, só com a Selma. E com a Camila, porque ela pergunta. Nem parece gente essa menina, eu heim.

Mas daí hoje eu descobri uma técnica infalível contra a pau no cuzice desenfreada. Graças ao oráculo do I-pod, vejam vocês. Tava eu no auge da autopiedade e ele começa a sussurrar "Suzanne", do Weezer, em meu ouvido. Eu nem me chamo Suzanne, mas sempre acho que eles só botaram esse nome na música porque não sabiam escrever Suzana. E ignoro as duas letras erradas no fim e fico super achando que a musga foi escrita pra mim. Alô, megalomania? Mas "you're all that I wanted of a girl" é BEM melhor do que "não chores por mim, eu fui pro Alabama tocando meu bandolim", convenhamos.

E daí cacei outras musgas com o "meu" nome. E tinha "I love you Suzanne", do Lou Reed. Thank you, Lou, I love you too. E fiquei ouvindo em looping até me convencer que eu sou realmente uma criatura muito amável, digna dessas e de muitas outras canções em minha homenagem, parei de ser pau no cu e encontrei Jesus.

* Se alguém souber de outras musgas com meu nome, pode indicar. Mesmo as feias. Vou fazer uma playlist megalô.

Soy un atlas

Janice Winehouse diz:
mazintão, amica. natal na cabeça, né?
Suzana diz:
na cabeça, na alma e no coração
Janice Winehouse diz:
eu estava com receio de não ter mais sua glamourosa companhia
Janice Winehouse diz:
eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
Suzana diz:
terás. vamos arrasar as areias cearenses
Janice Winehouse diz:
su, natal fica no RN. estaremos nas areias potiguares



Mimata agora. Emprego de professora de geografia riscado da lista. Resta a corretagem de imóveis.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Procrastinar é uma arte para poucos

Todo mundo fala em procrastinação, mas são poucos que tem de fato colhões para botar a teoria em prática. Procrastinar é muito mais do que ter preguiça de fazer as coisas ou ser disperso. Quando é esse o caso, a ameaça de passar noites em claro ou simplesmente não conseguir cumprir o prazo é suficiente pra fazer vc levantar a bunda da cadeira e acabar logo o que precisa ser acabado.O procrastinador profissional, no entanto, olha fundo nos olhos do prazo, cospe na cara dele e diz "pega eu". Ele tem a coragem, ou é apenas bastante imbecil, ainda não descobri, de ver o prazo diminuindo e não fazer nada a respeito. Mais: sentir um certo prazerzinho em ver o grau de dificuldade aumentar a cada minuto que ele passa fazendo qualquer outra coisa que não o trabalho chato que deveria fazer.

A procrastinação é uma parenta em segundo grau do masoquismo. Porque vc sabe que quanto mais procrastinar, mais vai se foder dicumforça bem gostoso ali na frente, mas quanto mais se procrastina, mais se quer procrastinar.Daí chega o dia de entregar os 12 trabalhos de Hércules e vc lá, vendo o mesmo episódio de Seinfeld pela oitava vez ou o programa do Márcio Garcia, ou arrumando a gaveta de calcinhas, ou arrancando pêlos inexistentes, ou fazendo buscas insanas na Wikipedia, ou postando divagações inúteis no blog. Até que a realidade dá na sua cara e então é aquela descarga de adrenalina que faz a gente suar frio, ter dor de barriga e de cabeça e ânsias de vômito e ficar gritando "não vai dar, não vai dar, eu não consiiiiiiiiigo".

Mas o procrastinador profissional sempre consegue. Só para poder olhar na cara daquele canalha filho de uma puta do prazo e dizer: "ganhei de novo". E para ter a satisfação de saber que fez em um dia (ou uma hora, depende do grau de profissionalismo do procrastinador), o que as pessoas regradas, que se relacionam bem com calendários, levaram semanas para conseguir. Mesmo que ele esteja completamente acabado e cheio de úlceras e se sentindo miseravelmente cansado. A sensação de um procrastinador profissional ao espezinhar o prazo é incomparável.


* Eu me considero uma grande procrastinadora, que sofre de todos esses sintomas aí. Mas a verdade é que hoje, e já há algum tempo, eu meio que desisti do esforço sobre-humano de tentar acompanhar o ritmo dos meus colegas que não procrastinam nada. Primeiro porque eu realmente não consigo e segundo porque eu não quero. Porque aqui, procrastinando ou não, o resultado é sempre o mesmo: ruim. E eu estou realmente cansada de me jogar tanto e não chegar em lugar nenhum e me sentir culpada todo o tempo e não dormir e não ver mais meus amigos nem a minha casa, que são as coisas das quais eu gosto de fato. Acho estranho ter que deixar de lado tudo que é importante pra mim em prol de algo que não significa absolutamente nada no meu universo. Sim, é assim que se ganha uns trocados pra pagar o teto que te protege da chuva ou os sapatos que fazem a vida valer a pena, eu sei. Mas hoje eu comecei a me perguntar seriamente e de verdade se eu não poderia extrair os mesmos trocados sem ter que abrir mão da minha vida, que é tão legalzinha. Eu acho que dá e acho que eu quero. Tô velha, cansada e sem saco pra tanta babaquice. Mas vou procrastinar um pouco mais nessa decisão. Tenho uma briga imensa com o prazo pra acabar, e ele veio armado.

domingo, outubro 21, 2007

Fico besta

Ninguém jamais imaginaria que as coisas fossem chegar no ponto onde chegaram.

terça-feira, outubro 16, 2007

I'm sorry, are you from the past?*

A Sony está exibindo o primeiro episódio de The IT Crowd, a minha nova série favorita de todos os tempos, pela 15º vez. E eu estou assistindo com o mesmo prazer com que assisti da primeira. Porque aquilo é TÃO a minha realidade que vocês não fazem idéia. Eu conheço 38 Roys e uns 12 Moss (inclusive conheço um de verdade, que se chama realmente Mos, com um ésse só). Eu consegui meu primeiro emprego de verdade, numa mega corporation de Internet, da mesma forma que a Jenny conseguiu o dela, ou seja, dizendo: "Eu sei ler e-mails, enviar e-mails, dar duplo clique, usar o mouse...". Desde então eu trabalho direto com web, embora nunca tenha descoberto como se assina um RSS, por exemplo. And I lie, and I lie, and I lie, that's what I do. E também já fingi ter longas conversas pelo telefone, sendo que a linha estava muda do outro lado, só para impressionar pessoas e conquistar território, exatamente como ela. E sempre compro sapatos menores que meu pé, da mesma forma que ela. E sugiro que as pessoas desliguem e liguem o computador quando ele dá pau, assim como o Roy. E tenho medo de aranhas e conto histórias constrangedoras das pessoas, como o Moss. E eu tenho um chefe que diz que temos de trabalhar integrados e em equipe, senão seremos demitidos. E quando alguém fala de tecnologia comigo, eu ouço o barulho de rádio fora do ar. Quer dizer, eu me vejo nesse programa a cada três segundos. E eu poderia escrever uma sitcom extremamente engraçada se tivesse talento, porque essas coisas SÃO DE VERDADE. Não há exagero em The IT Crowd, acreditem em mim. Aquilo é a vida real de muitas pessoas.

Fora que o jeito como eles dizem "This isn't shit, it's chóclat" é uma graça. Vida longa à The IT Crowd, a melhor série de todos os tempos da última semana. Ela me faz feliz comigo mesma, enquanto nerd pertencente a um grupo.


*Essa é a uma das melhores frases que eu já ouvi em toda a minha vida. Tenho usado (ou pensado em usar e thank God pelo filtro mental) com uma frequência assustadora. Obrigada, Roy. Te amo.

domingo, outubro 14, 2007

Jack Bouer who?

14h30: Desembarque em Congonhas
14h45: Ligação pro irmão pra dar um oizinho
14h47: Convite do irmão para ir ao aniversário de dois anos de uma prima de terceiro grau a 80 km de São Paulo
Entre 14h47 e 14h50: Lapso mental me fez dizer sim ao convite
Entre 15h e 17h: Estrada, com paradas em diversos pontos do caminho. Primeira vontade de chorar do dia
Entre 17h e 21h: Cumprimentos a familiares desconhecidos
21h04: Chiliquinho com o choro da criança birrenta que queria cajuzinho antes do parabéns. Vontade de chorar número 458
Entre 21h10 e 22h: Overdose de cajuzinhos, que foram liberados depois do escândalo da criança birrenta
Entre 22h e 0h00: Estrada e cotovelada nos irmãos irritantes dentro do carro
0h12: Chegada na casa da irmã, onde eu seria obrigada a dormir. Pranto descontrolado
0h17: Cunhado desce as escadas nu, carregando uma espada de samurai e acreditando que a casa havia sido invadida por ladrões. Um pequeno AVC me acomete
Entre 0h30 e 3h: Tentando inutilmente pegar no sono. Pesadelos com a espada samurai.
9h: Chegada do taxi.


Oh my, COMO É BOM FINALMENTE ESTAR NA MINHA CASA!!

domingo, outubro 07, 2007

Cante comigo

Se a minha vida tivesse trilha sonora - e eu adoraria que tivesse - estaria tocando algo bem feliz, tipo Rain Drops Falling on my Head, enquanto eu caminhava pela rua jogando uma maçã para o ar e dando pulinhos ocasionais.


A auto-censura pode ser muito saudável às vezes. Amber, a resposta à sua pergunta é sim.