sexta-feira, novembro 21, 2008

I'm awesome


Obrigada, Cris.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Desculpe, foi engano

O telefone que toca, eu digo alô sem resposta.

Eu: Alôa?
Pessoa: Oi, quem tá falando?
Eu: Oi, eu que pergunto.
Pessoa: É o Rodrigo. Estou com saudades, queria te ver.
Eu: Rodrigo d'Aonde?
Rodrigo: Não finge que não me conhece. Você sabe que eu sinto sua falta e preciso te ver, agora. Não finge que não me conhece porque isso me magoa.
Eu: Longe de mim querer te magoar, mas eu não te conheço mesmo. Não conheço ninguém com esse nome.
Rodrigo: Então você é a única pessoa no mundo que não conhece nenhum Rodrigo.
Eu: é. Eu não conheço muitas pessoas. Tenho fobia social.
Rodrigo: Tá, mas vamos SE ver hoje lá no Franz Café?
Eu: Claro, que horas?
Rodrigo: Sete, pode ser?
Eu: Claro, marcado.
Rodrigo: Não vejo a hora de te ver.

Porque eu não insisto com gente burra. Tá com saudade, checa o número direito.

terça-feira, novembro 11, 2008

Terra de ninguém

Neste último ano o que eu mais tive foram achaques silênciosos. Eu sempre fui de ter muitos achaques, mas sempre compartilhados, geralmente com mãe, irmã ou namorado. Agora, para sorte deles todos, meus achaques são só meus. Ficam bem guardadinhos aqui, por um monte de motivos. Porque eu preciso de um pouco de privacidade. Porque eu tenho preguiça, porque eu tenho vergonha, porque não dá tempo, porque estou longe.

E é estranho pensar que tem aquela eu que faz as coisas que tem de fazer, que responde, que sorri. E por baixo disso tem uma vida inteira acontecendo, uma vida inteira que só eu conheço. As vezes é meio solitário, às vezes é bom. O que os outros poderiam dizer que eu já não sei? Eu passei a vida inteira falando e falando sem parar para pensar. Agora, eu só penso e penso sem parar para falar. Desta boquinha não sai nada além de amenidades.

Diz a lenda que isso se chama amadurecimento. Será? Torço para que seja mesmo, para ter alguma vantagem nisso tudo. Cá entre nós eu sou chata pra caralho e péssima conselheira. Se pudesse, já teria me mandado à merda.

domingo, novembro 09, 2008

Séries em série

Trabalhar de fim de semana nunca presta muito. Tudo é distração, tanta coisa na TV... E quando eu acho um site como esse, divertido e em português, sou capaz de passar umas cinco horas me inteirando sobre tudo que já aconteceu ou ainda vai acontecer nas minhas novelinhas (só não entendi porque Dead Like Me está na home, já que foi cancelada há séculos).

Tem até The Tudors - e quem gosta, não deixe de ver a comparação dos personagens da série com as pinturas da época (eu sempre achei isso um defeito da série, onde já se viu que todo mundo era limpinho e lindo daquele jeito?).

Falando em série, tô pagando minha língua forte com Brothers and Sisters. Tinha nojinho dessa série quando ela começou, porque, além da Sally Field, tem a Brenda Cara de Cavalo, a Ally MacBeal e a Amy Abbott. Três chatas, comandadas pela Regina Duarte americana. Acontece que faz dois finais de semana que eu fico presa na frente da TV, enlouquecida com as aventuras dos Walkers. Parece (e eu disse parece) que apareceu um substituto à altura para Gilmore Girls.
Ainda bem que tem chovido. Me sinto menos loser.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Obama

Eu estou feliz hoje. Pode ser uma tremenda paunocuzice, mas eu estou feliz hoje. Estou invejando os americanos, feliz e orgulhosa por eles. Me acostumei a creditar a eles a culpa por todos os males do mundo, a chamá-los de idiotas, a detestá-los com o mesmo rancor provinciano do resto do mundo. Mas hoje eles mostraram que são muitas coisas, mas não são idiotas. Nem passivos. Que, quando acreditam e querem alguma coisa, vão lá e fazem, mesmo que demorem oito anos para fazê-lo.

Há menos de 100 anos, muito menos, o novo presidente não poderia entrar em alguns estabelecimentos americanos. Não poderia se sentar em qualquer lugar no ônibus, frequentar a universidade ou nem mesmo beber água no mesmo bebedouro. Há 100 anos, ele poderia ser linchado, queimado e humilhado sem nenhuma consequência para quem o fizesse. Há 100 anos, ele seria menos do que nada. E agora ele é o presidente.

E é essa capacidade de propor e assumir mudanças dos americanos que me delicia. Há pouco mais de dez anos, quando Clinton estava na Casa Branca não pegando estagiárias, assumiu que fumou mas não tragou. Obama assumiu que fumou, tragou, bebeu e fez ainda mais um pouco. Trocaram Clinton por W. Bush. W. Bush cortou fundos para o aborto e fez inúmeras campanhas contra ele. Cortou verbas para a educação sexual em escolas primárias. Matou milhares de pessoas na guerra inventada. Deixou New Orleans afundar. Fez de conta que o 11/09 não aconteceu. Obama declarou ser à favor do direito de escolha da mulher sobre seu corpo e considera a invasão do Iraque irracional. Adjetivou a guerra de Bush como burra, mas admitiu não ser contra todas elas. Fora tudo isso, o cara é um rockstar, marqueteiro de primeira e tem tanto carisma quanto Madona.

O que me deixa mais incrível - e encantada - é que tudo isso que está acontecendo hoje é, em boa parte, culpa de uma molecada com menos de 30 anos que decidiu que não queria passar mais quatro anos engolindo sapos. Cansou de reclamar, foi lá e fez a coisa acontecer. E eu admito que chorei assistindo o jornal da manhã, vendo o povo comemorar com a trilha sonora de "Beautiful Day".

Daí eu penso na gente, aqui. A última vez que fiquei assim feliz foi em 2002. Chorei copiosamente ao som do hino nacional, me senti orgulhosa e cheia de esperança. Daí veio a realidade e cagou no pau. O povo reclama como sempre reclamou. Chora, faz denúncia, vai no Datena falar que o presidente não faz nada por eles. Na hora de votar, vai à praia. Não lê, não se interessa. Elege presidiário. E depois reclama mais.

Na próxima eleição, não tenho em quem votar. Eu não sou cientista política, não entendo picas disso e voto por amor e ideologia. Vivo do passado. E o PT do passado acabou faz tempo. Não temos Obama. Temos serras, aécios e martas. O que é que eu faço com isso, me diz?

Eu quero um green card agora.