Hum, que delícia. Estou lendo “Dália Negra”, romance de James Ellroy, o mesmo cara que escreveu “Los Angeles – Cidade Proibida”, um dos meus filmes favoritos e que despertou meu interesse pelo jazz. O crime da Dália Negra aconteceu de verdade e abalou os Estados Unidos. Em meados dos anos 40, a jovem Elisabeth Short - uma aspirante a atriz em LA, que ganhava a vida como prostituta enquanto esperava que alguém a contratasse para um filme, foi estuprada e brutalmente assassinada. Teve o corpo retalhado e no rosto o assassino fez cortes que iam dos cantos da boca até as orelhas, estampando um sorriso satânico na vítima. Na época, o assassino foi caçado pelos quatro cantos do país mas nunca foi encontrado.
James Ellroy, que também tem uma biografia bastante sombria (sua mãe foi assassinada quando ele tinha dez anos, ele se envolveu com drogas, blablabla), ficou obcecado por esse crime e passou anos fazendo investigações por conta própria. Mas o romance que escreveu tem o assassinato apenas como pano de fundo, já que o que interessa mesmo é o relacionamento dos dois policiais encarregados da investigação (fictícia) do crime (real). Os dois são boxeadores que tem estilos de luta completamente opostos. E assim eles são na vida também: personalidades, físico, interesses, tudo diferente, mas são obrigados a trabalhar juntos e se enfrentar no ringue. É insanamente bom, ainda mais para quem gosta de policial. Eu sou tarada por romances policiais. Os personagens são todos sombrios e cheios de podres, mesmo os heróis têm caráter muito duvidoso, são angustiados, bebados, brutos, atormentados. Tudo no maior clima noir. É daqueles livros que você não consegue parar de ler mas não quer que acabe nunca.
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