terça-feira, março 21, 2006
Tempo, tempo, mano velho
Parece estar rolando um abandono por aqui, eu sei. Mas eu só blogo do trabalho, que minha conexão caseira é podre, e ainda não quero que a patroa me ache folgada, ela deve perceber isso com o tempo e aos pouquinhos. Na verdade também não estava muito no pique de falar nada essa semana, que foi punk. Foi uma semana de briga entre a empolgação com as novidades do presente e a depressão profunda pelas coisas do passado, que fazem aniversário hoje. Pois é, um ano já sem minha velhinha. Foda. Um ano e ainda parece que faz uma hora. Em números, parece tanto: 365 dias de ausência, 365 noites sonhando os mesmos sonhos mórbidos, 365 manhãs acordando sem querer acordar. 8760 horas de pensamento em looping e aquele rombo na alma que não passa. E em sentimento também, acho que senti, em um ano, emoções pra uma vida toda. Boas, ruins, especialmente ruins. Mas não é nada, um ano. Não aliviou nadinha, como disseram que aliviaria. E o mais deprimente é pensar em quantos anos ainda faltam. Que na verdade eu não faço idéia de quantos são, pode não ser mais nenhum. Vou pela lógica. Dá uma preguiça que vou te contar. E hoje, 365 dias atrás, eu estava indo para o primeiro velório da minha vida, anestesiadíssima, indo enterrar a melhor parte de mim e sem entender direito. E continuo ainda sem entender porra nenhuma. Como eu consigo levantar da cama diariamente e fazer planinhos e dar sorrisinhos e até ficar feliz e continuar, enfim, sendo que nada está como devia. Parece uma realidade paralela, não sei, é muito estranho. Há dias que são mais fáceis, outros que são impossíveis, mas nenhum deles faz muito sentido. E vamos, né, que navegar é preciso.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário