segunda-feira, outubro 23, 2006

Realismo fantástico

Não é nada saudável o que eu sinto pelas pessoas aqui e eu sei que só vai me dar rugas. E eu tento ser um serrumano melhor todas as manhãs, venho pensando que daqui pra frente tudo vai ser diferente e eu vou conseguir ter paciência e acreditar que eles são jovens e tolos. Mas em 5 minutos meu coração já está tomado de desprezo. Entreguei pra deus. No qual eu nem acredito, mas ao qual ainda rogo por uma surdez seletiva.

E sábado foi o dia mais surreal ever. Com direito a ebós e clonagens. A história do ebó é longa e confusa, mas a da clonagem é muito simples: meu cartão foi clonado e eu fiquei na rua com 30 centavos na bolsa e carinha de choro. Dependendo da bondade de estranhos. Já me vi como aquelas pessoas que ficam pedindo dinheiro para a passagem no ponto de ônibus. E imaginando que ninguém ia acreditar em mim, como eu nunca acredito em quem me pede. No fim nada foi tão dramático, até pude passar a tarde no bar. Façamos uma ola ao cartão de crédito e aos amigos que dão carona.

Mas até que chegue meu cartão novo, eu tenho zero dinheiros. Mais Blanche do que nunca. E estou sentindo alívio. Porque quando você não tem dinheiro, não precisa ficar pensando se compra ou não isso ou aquilo, qual conta vai pagar e em qual vai dar o calote e nem se consumindo porque gastou mais do que devia. Você não tem opção ? não tem problema, portanto. Vou é deixar o povo todo me sustentar, porque já está mais do que na hora de eu ser um fardo, segundo meu horóscopo na Piauí.

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