quarta-feira, dezembro 13, 2006
Boas festas de cu é rola
É assim que eu me sinto em relação a essa época do ano. Porque eu não me identifico com mais nada que ela representa - e nem estou falando do consumo, já que adoro consumir, isso realmente me faz feliz. Estou falando de outras coisas, sobre as quais não cabem explicações. E hoje estou especialmente irritada e odiando todo o universo e desejando morte lenta e dolorosa para um bom bocado de pessoas por questões estreitamente ligadas às festividades.
Comecei o dia fazendo um exame muito chato - que, ok, nada tem a ver com as festas. Depois recebi uma ligação mala que tem tudo a ver com as festas. Depois descobri que trabalharei ininterruptamente na semana festiva. Meu cu de azul (obrigada, Dani, pelo enriquecimento do meu vocabulário). Para mim, a folga era a única alegria trazida pelas duas datas. Eu já aceitei que nesse meu mercado, trabalhar dentro da lei é luxo. A regra é ter todos os deveres e nenhum direito. É assim e pronto. A gente odeia, mas aceita porque precisa ganhar o pão enquanto a megasena não vem. Mas eu secretamente acredito que o mínimo que o empregador pode fazer é ser legal quando convém, já que no resto do tempo só fazem botar no nosso cu. E é por acreditar nisso e ser uma idiota que eu estou sofrendo tanto.
E no fim do dia descobri que o pai do Raymond morreu. Foi a gota d'água e eu precisei ir ao banheiro chorar por toda a desgraça da vida. E eu nem posso desejar que o ano acabe logo, porque ele vai acabar em festa e vai ser só pra dar lugar a um novo ano onde todo esse ciclo vai se repetir. Que vida, minha gente. Que vida.
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