quinta-feira, março 30, 2006

Virei um monstro

Eu não era assim.
Ontem fui almoçar no shopping Morumbi. A última vez que fui lá, tinha uns 8 anos e fui ver o Papai-Noel. O que é o shopping Morumbi, minha gente? Tem todas as lojas que eu gosto de namorar. Estou bem fodida, sinto. Vou ter de morar num sapato ou num cachecol. Merda.

quarta-feira, março 29, 2006

Madrugadeira

Hoje pediram pra chegarmos às nove na firrrma, porque vinham umas visitas. Acordei às 6h, saí de casa às 7h e cheguei 9h30. Acho que se eu encontrasse o gênio da lâmpada e pedisse pra ele me deixar chegar às 9h da manhã aqui, ele me mandaria escolher outra coisa porque não ia "estar podendo" atender meu pedido. Nem ele.
E o pior é que as tais visitas nem vieram!

Lugar de nenê é na creche

Diz o senso comum que determinadas pessoas têm a função de cuidar e proteger e mimar outras determinadas pessoas. Tipos diferentes de pessoas. É claro que muitas dessas pessoas nunca cumprem sua função, e tudo bem, as outras aprendem a se virar sem problemas. O duro é quando essas pessoas, além de nunca terem feito o que supomos que seria natural, começam a se comportar como crianças birrentas de 5 anos de idade que não enxergam um palmo além do próprio umbigo. Aí vira tudo uma bagunça muito grande. Não tenho paciência pra bagunça e muito menos para criancinhas birrentas de cinco anos.

quinta-feira, março 23, 2006

Dia de Imelda

Nem só de lamúrias vive esse blogs. Aconteceram coisas fantásticas essa semana! Bom, uma coisa fantástica. Fui buscar uma nota fiscal, que agora eu sou uma pessoa autônoma, na casa de uma amiga. Chego lá e ela está com uma caixa cheia dos sapatos mais lindos que já vi na vida. Surtei, quase mergulhei dentro da caixa. A maioria deles estava com etiqueta e eu quase desmaiei com os preços: tudo 3 dígitos, quase 4. Tudo de umas marcas que minhas amigas entendidas disseram que vivem saindo na In Style. Ou seja, tudo que jamais estaria no meu pezinho se o destino não fosse tão bom pra mim.
A conclusão é que comprei dois pares de sapatos finos e absolutamente fabulosos por precinho de Dunes. Parecia Natal, minha gente. Imaginem a pessoa revirando os olhos, suando, dando gritinhos e batendo palminhas de felicidade. Eu fiquei pior. Eu tipo chorei. Minha vontade agora é colocá-los em uma redoma e ficar só olhando. São tão lindos que me parece errado usá-los. :-/

terça-feira, março 21, 2006

Tempo, tempo, mano velho

Parece estar rolando um abandono por aqui, eu sei. Mas eu só blogo do trabalho, que minha conexão caseira é podre, e ainda não quero que a patroa me ache folgada, ela deve perceber isso com o tempo e aos pouquinhos. Na verdade também não estava muito no pique de falar nada essa semana, que foi punk. Foi uma semana de briga entre a empolgação com as novidades do presente e a depressão profunda pelas coisas do passado, que fazem aniversário hoje. Pois é, um ano já sem minha velhinha. Foda. Um ano e ainda parece que faz uma hora. Em números, parece tanto: 365 dias de ausência, 365 noites sonhando os mesmos sonhos mórbidos, 365 manhãs acordando sem querer acordar. 8760 horas de pensamento em looping e aquele rombo na alma que não passa. E em sentimento também, acho que senti, em um ano, emoções pra uma vida toda. Boas, ruins, especialmente ruins. Mas não é nada, um ano. Não aliviou nadinha, como disseram que aliviaria. E o mais deprimente é pensar em quantos anos ainda faltam. Que na verdade eu não faço idéia de quantos são, pode não ser mais nenhum. Vou pela lógica. Dá uma preguiça que vou te contar. E hoje, 365 dias atrás, eu estava indo para o primeiro velório da minha vida, anestesiadíssima, indo enterrar a melhor parte de mim e sem entender direito. E continuo ainda sem entender porra nenhuma. Como eu consigo levantar da cama diariamente e fazer planinhos e dar sorrisinhos e até ficar feliz e continuar, enfim, sendo que nada está como devia. Parece uma realidade paralela, não sei, é muito estranho. Há dias que são mais fáceis, outros que são impossíveis, mas nenhum deles faz muito sentido. E vamos, né, que navegar é preciso.

terça-feira, março 14, 2006

De casa nova

Ui, muitas novidades. Já tinha até esquecido como é mudar de emprego, mas o primeiro dia foi bastante normal: muita vergonha, minha já tradicional gafe do primeiro dia, moços do computador passando metade do dia na minha máquina, monitor grandão, apresentação ao fumódromo, errar o caminho. As coisas de sempre. Também já reclamei do trânsito, que é muito. É uma coisa brutal, dá medo e vontade de chorar. Acho que o caminho que estou fazendo não é o melhor, amanhã vou experimentar outro ônibus porque está realmente foda. As pessoas do busão pra Berrini são todas finas, cheirosas e bem-vestidas, mas o bafinho matinal é igual em todas as linhas. E o buso de hoje tinha rádio, aaaaaaaaalto de doer e sintonizado na Mix FM. O caminho inteiro ouvindo ?1997, Novembro ainda me lembro, Era fim de ano eu não tinha nada e você um novo emprego?, e a moça do lado cantando junto, toda aquela tristeza de coletivo. As coisas boas: o bairro aqui é gostoso, tem lujinhas, tem um atacadão de doces; o fumódromo é o mais legal que eu já vi, tem café grátis (não preciso mais acertar minha conta em prestações) e dá vista pra uma fonte cheia de carpas gordas. Muitas pessoas aqui fumam, o que me deixa muito feliz dada minha predileção por fumantes. E estou achando o trabalho uma delícia. Se bem que ontem tive de escrever uma matéria sobre diarréia explosiva. Nem tudo são flores nessa vida. No mais, espero que o tempo passe logo pra eu decorar o nome das pessoas, parar de ter vergonha de ir no banheiro e pedir pra instalarem uma impressora aqui.

quinta-feira, março 09, 2006

Vozes de Dodka

Eu queria ir pra minha casa nesse minuto e me afogar em um balde de Black Label pra parar de sentir esse pavor do que está por vir, e que pode não passar de simples paranóia. E depois sair caminhando até as pernas doerem ou até eu cair bêbada, o que acontecer primeiro. Causando amnésia alcoolica está de bom tamanho.

terça-feira, março 07, 2006

Novela

Foi mesmo toda uma novela na qual a revelação só vem no último capítulo. Mas tenho um novo trabalho! Estou bem contenta e um pouco apavorada. Há muitas eras que não trabalho em firma, com ar-condicionado e de acordo com a CLT. Todo um mundo novo de possibilidades diante de mim. Bairro novo, gente nova, linha de ônibus nova. Colegas novos, muitos colegas novos, que podem me odiar. Colegas novos que podem hostilizar meus tênis. Melhor nem pensar, senão eu hiperventilo.
Porém, esse período de procura de novo trabalho também fez um bem danado pro meu moral (ritmo Rita Cadilac). Nunca dantes (estou adorando dantes) eu tinha escolhido, era sempre a escolhida. Profissionalmente, que fique claro. Daí dispensei a terapeuta.
Mas é engraçado como a gente não percebe como está enraizado num lugar quando fica lá por muito tempo. Olho pras minhas pastas de e-mails, minhas musgas, meus favoritos e quero chorar. Vou demorar 50 mil anos pra salvar tudo isso. Acho que eu achei que ia ficar aqui pra sempre, só pode ser.
Estou empolgada. Por mudar de ares e saber que vou ver coisas novas e diferentes, mas também por perceber que finalmente estou voltando a fazer planos e a ser uma pessoa relativamente normal. Bom, muito bom.

* Lembrei agora que não perguntei na entrevista se podia blogar do siviço. Ui.

segunda-feira, março 06, 2006

Escócia, 1293

No momento, me sinto o próprio Willian Wallace em seu momento de redenção.
Mas sem foices arrancando as minhas tripas, é claro.

* E o Oscar, heim? Não sei quem é mais idiota: se é quem escolheu Crash como filme do ano ou se sou eu, que assisto e fico indignada e xingando até às três da manhã de domingo. Fuen.

** Assisti nove episódios da segunda temporada de Lost ontem. Socorro, muitas coisas e ninguém com quem comentar. Ser vanguarda é um saco.

sexta-feira, março 03, 2006

Bad Numbers?

Ontem a audiência por aqui bombou como nunca dantes havia bombado. Foram umas 100 visitas de pessoas buscando pela sequência numérica do Hurley - os famosos 4 8 15 16 23 42 -, pra mim o melhor episódio da série e que foi exibido pela Globo na quarta. Pegaram amor né, cambada? Pra quem está acostumada com umas 3 ou 4 visitas diárias, esses números não tiveram nada de bad!

quinta-feira, março 02, 2006

Cães e seus parasitas

A propósito, creio que peguei sarna de um cachorrinho com o qual fiz amizade na praia. Era um filhote de uns 5 meses, misto de cachorro, cabrito e gato, uma coisa linda e caiçara. Eu o beijei, abracei e rolei com ele na areia. E agora estou a me coçar inteira. Sarna ou pulgas, vá saber. Preciso consultar um doutor imediatamente, antes que as coceiras virem chagas. gasfgaf.

Paraíso

Depois de seis anos, voltei pra Pouso. Continua tudo muito lindo e muito longe, sem eletricidade e água quente, mas parece que todo mundo descobriu o lugar. Estava bem cheio, construíram muitas casas e a praia perdeu aquela cara de comunidade de pescadores de novela das seis. Mas ainda é muito, muito bom passar um carnaval todinho sem me lembrar que existe samba-enredo, rei Momo e overdose de bundas. Não que eu não tenha visto bundas, vi muitas, até uma com uma rosa vermelha tatuada, mas elas não estavam besuntadas de óleo nem sacolejavam. Eram apenas bundas se bronzeando, paradinhas, como as bundas devem ser. Não quero demorar outros seis anos pra voltar pra lá, não. Claro, tivemos alguns percalços no caminho. A casa ficava no alto do morro e eu chegava lá ofegante e rezava o dia todo pra não ter vontade de fazer xixi - pra não ter de subir o morro. Provavelmente dilatei a bexiga nesses quatro dias. Também conheci uma das pessoas mais chatas de todo o universo, um amigo da minha irmã, cujo qual mandei se foder em apenas dois dias de convivência e eu não sou de mandar as pessoas se foderem mesmo com anos de intimidade. Na volta, o barco quebrou em alto mar. À noite. Aquela escuridão e a gente lá, boiando. Medo, medo, medo. Por fim, batemos o carro no poste. Uma batidinha de nada, ninguém se machucou, só eu e a lanterna do carro. Ela, que ficou de vidro quebrado e eu, que luxei o nariz. Nariz é algo que dói demais, aliás. Mas ainda acho que tudo isso valeu a pena pra curtir essa paisagem.