quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Eu e as calças de couro

Alguém lembra daquele episódio de Friends em que eles todos fazem uma aposta de passar alguns dias sem praticar alguns vícios? A Rachel não podia falar mal dos outros, a Mônica não podia limpar nada e o Chandler não podia fazer nenhuma piada. Nenhumazinha. Obviamente que todos os motivos de piada resolveram aparecer nessa semana – tipo o Ross usando uma calça de couro. E o Chandler se contorcia todo e ficava desesperado pra que alguém falasse alguma coisa sobre o absurdo que era o Ross usar uma calça de couro. Mas ninguém falava, simplesmente para deixá-lo puto.

Então, muito prazer, eu sou Chandler Bing. Troque a calça de couro por aulas de dança e shows do Calypso e substitua o “ninguém falava nada para deixá-lo puto” por “ninguém fala nada porque todo mundo acha super normal”. Imagine 458 piadas se formando em sua cabeça ao mesmo tempo e não poder falar nenhuma. Imagine os olhos revirando, a transpiração. Imagine isso acontecendo umas 8 vezes por dia.

Hoje fiquei pensando se tem perigo segurar essas coisas. Se é como outras coisas orgânicas que as pessoas dizem que não é bom segurar. Mas o perigo maior nesse caso (bom, e no caso das coisas orgânicas também, eu acho) é deixar escapar. Porque isso vai acontecer em algum momento meu de distração e a reação vai ser exatamente a mesma que se eu tivesse apertado o botão da bomba atômica. E eu fico pensando tanto no quanto vai ser horrível, que potencializo o risco da coisa acontecer.

O melhor caminho seria eu me despir de minha intolerância (adoro) e amaa-aar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensa-aaar, na verdade não há. Mas a vida, né? Tão difícil.

Eu não estou reclamando, embora pareça que sim. Eu estou contente e satisfeita, de verdade.

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