quarta-feira, junho 27, 2007

Vida de gado

Fazer frilas é algo complicado e inconstante e, embora seja meu sonho máximo de vida, não sei se conseguiria viver só disso. Eu tenho feito muitos ultimamente e percebi que é impossível estabelecer um padrão ou fazer uma tabela de preços ou prever o andamento das coisas. As pessoas são loucas e esse mercado é um morto muito louco. No começo de abril peguei um trabalho que eu sabia que ia ser pesado e que eu ia me foder um pouco. Mas eu me fodi como nunca, fiz 18 matérias em 3 dias, entrevistei 1254 pessoas, tive de ir umas oito vezes à farmácia comprar doses de paciência e auto-controle para não mandar as pessoas para a casa do caralho e vou ganhar tipo dois reais. Que ainda não foram pagos, por sinal. Era um lance muito mal pago e eu sabia desde o começo que seria, peguei o trabalho mais para fazer contatos que me interessavam. Não valeu nem um pouco à pena. Concomitantemente (A-DO-RO), peguei um outro trabalho fácil, gostoso, com um prazo amigo do peito e que paga ANTES da entrega. Se fosse botar na balança, o primeiro deveria ter pago o triplo e o segundo não valia tanto. E daí sempre que alguém me pede pra fazer orçamento de frilas, eu fico perdida, sem saber o que considerar, já que a tabela do sindicato é uma piada mais poderosa do que aquela do Monty Phyton. E esses trâmites acabam me cansando mais do que o trabalho propriamente dito. Será que todo mundo que trabalha como frila fica louco assim ou há como evitar a fadiga?

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