Porque eu não tenho nem um minuto igual ao outro, o que dirá um dia. E como não dá pra congelar o tempo, o dia perfeito acabou e deu lugar ao pior dos dias. Ou um dos piores. Uma delícia essa gangorra emocional.
Eu já me senti mal comigo muitas vezes. Com vergonha, arrependida, confusa, fodida, com ódio. Essas coisas básicas. Mas feito lixo, eu nunca tinha me sentido, não. Até hoje. Porque eu percebi que não me conheço nada, que não consigo prever minhas reações, que não sei por que faço as coisas até ter feito. No caminho, fica um monte de gente nocauteada. E daí eu acho que vai ser sempre assim, que não importa como eu faça as coisas, eu vou foder tudo invariavelmente. Sempre achei engraçadinho ser assim meio impulsiva, meio inconsequente, meio querendo ir até o limite pra ver o que acontecia depois. Só que não dá mais pra ser assim, olhar no espelho dói de um jeito quase insuportável. E não é tanto pelos outros envolvidos, embora pensar neles também me dê dor de estômago. Estou preocupada em saber por que eu me comporto dessa forma. Estou com dificuldade em aceitar que talvez eu seja mesmo um filha da puta e pronto. Porque eu não queria mesmo ser, mas tenho medo de estar nos genes, sei lá. Queria parar de jogar fora as coisas boas que eu consigo, queria parar com auto-sabotagem. Mas, de novo, eu só percebi isso agora que é tarde demais. Não sei se tem remédio pra essa coisa, ou se lobotomia resolve. Se tiver, eu quero. Porque está ruim além da conta.
*porque fazer desabafo em blog, esse lugar tão adequado, condiz muito com a minha idade mental.
5 comentários:
Ai Su... Sei bem como é isso que vc tá sentindo. E infelizmente não existe lobotomia não. Mas a gente pode montar um grupinho de auto-ajuda, tipo um Auto Sabotadoras Anônimas, heim??
Eu não sei por que é que tudo tem que ser tão matemático. Nem eu que tenho me achado uma pessoa tão matemática sei. Que você tem que ser ou uma pessoa legal ou uma filha da puta. A gente tem a pessoa mais legal do mundo e a mais filha da puta do mundo morando dentro da gente. Todo mundo tem. O diabinho e o anjinho que falavam com o pica-pau: era essa a magia deles, a magia de existirem de verdade. E todo mundo em algum momento da mais vazão a um ou ao outro. Todo mundo. Eu, você, ele... o Nelson Mandela, o George Bush, a Penelope Cruz... ela podia ser bem malvada comigo, inclusive...
Ces`t la vie
Amber, topo o grupo de auto-ajuda, desde que a gente possa rir do ridículo de nosso próprio drama.
Não que sirva de consolo, mas isso não acontece só com você. Aqui em casa, por exemplo, tá virando moda.
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