sexta-feira, junho 13, 2008

O clube

Em 2005, as pessoas começaram a ir embora. Ou talvez eu é que só tenha percebido que cedo ou tarde todas elas vão ali. E até hoje, quando eu fico sabendo que mais uma foi embora, me dá uma coisa diferente. É realmente um clubinho, como a Cristina bem definiu - e certamente quem escreveu aquele diálogo faz parte do clube dicumforça.

Só que ninguém que faz parte dele quer ganhar adeptos. A não ser nos nossos momentos de fúria e loucura, quando a gente resolve achar o mundo todo injusto e odiar todo mundo que não está no clube ("mas eu sempre fui uma pessoa tão boa", "fulano é muito mais filho da puta que eu e isso nunca aconteceu a ele" e por aí vai). Quando eu fico sabendo de mais um que entrou, me dá apenas vontade de abraçar e mais nada. Palavra e merda é a mesma coisa pra nós, os membros.

Antes de entrar pro clube eu tinha pavor dos que entravam. Eu jamais saberia o que dizer ou o que fazer diante de tamanha dor. Um medo idiota, de quem pensa mais em si do que no outro. Daí eu vi esse medo no olho dos outros e achei tão feio e pequeno, mas depois tive pena, porque o clube é por demais assustador mesmo. Tudo bem, o medo.

Hoje, quando encontro algum outro membro, me dá uma tristeza tremenda. Mas também um pouquinho de conforto, porque ele sabe, eu sei, e a gente continua aqui.

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