quarta-feira, julho 16, 2008

Pelo direito ao meu metro quadrado

Se existe uma coisa que me tira realmente do sério é gente que não sabe respeitar o espaço pessoal alheio. Sabe gente que passa esbarrando em você, ou que pára tão perto de você que fica enfiando cabelos na sua boca ou se senta ao seu lado no cinema quando há outras cadeiras vazias (nesse caso em particular eu mudo de lugar porque sempre acho que pode ser um maníaco sexual)?

Me incomoda tanto essa proximidade, chega a me dar falta de ar e gastrite de raiva. Eu acho que devia existir uma lei tão rigorosa quanto à do bafômetro pra isso. Uma lei que obrigasse as pessoas desconhecidas a se manterem a um metro de distância umas das outras, pelo menos. Em QUALQUER lugar.

Porque o desrespeito acontece a rodo. No metrô, por exemplo (ai, que saudade). Você está lá segurando no pole dance, ocupando seu espacinho de direito. Entra a cidadã, fartamente perfumosa em sua colônia Amor Total da Avon, cabelo invariavelmente molhado ou melecado de creme, e se encosta TODINHA no pole dance. Te dando cabeçadinhas molhadas e te presenteando com eflúvios de Avon.

Ou então você, fumante, desce pra alimentar seu vício e ajeitar os pensamentos. Eu sou uma fumante consciente, sei que a fumaça incomoda e procuro não baforar ninguém. Mas sempre tem um desgraçado que pára a três centimetros de mim e do meu cigarro e ainda se acha no direito de olhar feio e dar tossidinhas.

Sem esquecer as velhas que param na sua frente quando você está olhando uma vitrine. Talvez elas se considerem mais interessantes que os manequins, não sei.

O que fazer com essa gente? Pra mim, a resposta óbvia é: mandar matar. Mas estamos falando de mais da metade da população mundial, aquela desprovida de noção. Penso em cuspir, bater, queimar com o cigarro, penso as piores coisas. Mas geralmente dou passinhos pra trás ou pro lado. E acabo esbarrando em algum outro imbecil que também já invadiu meu espaço pessoal por outro ângulo.

Tem gente demais no mundo, essa que é a verdade. Por isso que sinceramente invejo a galera de Lost. Fosse eu caída lá, pegava minha mochila e ia viver nas cavernas. Talvez convidasse o Sawyer a me acompanhar. É pedir muito, é?

Saco.

7 comentários:

Menina Dedê disse...

Aqui -- os EUA -- seria o lugar perfeito pra você. A única hora em que o espaço pessoal fica menorzinho, notei, é em fila pra entrar no trem. Que é tipo no Brasil mesmo. Ninguém respeita a fila. Todo mundo coloca o cotovelo pra entrar primeiro. No mais, rola uma distância. Mas tem a desvantagem. Amigos, mesmo que próximos e que não se vejam há muito, não se abraçam quando se vêem. Nem tem beijinho de oi e tchau.

Anônimo disse...

hahaha
sua escrita é indiscutivelmente agradável, acompanho seu blog há pouco tempo e já me identifico com quase tudo que leio por aqui.
sobre a criação da lei da política de um metro de distância, sempre fui a favor, agora sinto-me plenamente satisfeita por ter encontrado alguém que pense igual a mim.

boa tarde, e prazer.

Momento Descontrol disse...

Boa tarde, Ruth. Acho que eu e vc devíamos seguir o conselho da ioney e nos mudarmos pros EUA. Vou ali praticar o verbo to be e já volto.

Anônimo disse...

Existe mesmo mta gente sem noção. Concordo com vc! Bjs *)

Rozzana disse...

Hahaha, você já está no meu Google Reader há algum tempo, mas nunca vim comentar. Só que essa eu não podia deixar passar. Assino embaixo do post, de cabo a rabo! : )

Olha a Ione aqui em cima! : )

Olheiro da Desgraça disse...

malditos seres humanos...

Fulano disse...

Nossa... você está alcançando níveis inacreditável de antisociabilidade. estou com medo de ser queimado pro alguma estranha com cigarro, vou passar a carregar meu canivete comigo.

A propósito, imagino que você não viva a minha situação de partilhar um cubículo de trabalho em que a pessoa sem noção enche a mesa dela e a dos outros com papéis. Vou construir uma base de foguetes aqui na minha mesa para contra-atacar.

Agora imagina que meus colegas de trabalho jogaram outro colega na piscina no almoço comportadod e aniversário dele e de quebra jogaram a noiva dele também. Huahuahua, pro trabalho eu já trago meu canivete... só tem sem noção.