quarta-feira, maio 21, 2003

Mesmo do outro lado do mundo, Lavi fez o favor de trazer à baila o agradável tema "freada de bicicleta na cueca". Uma coisa escrota e nojenta. Mas daí eu lembrei de uma história. Eu tinha uns 13 ou 14 anos e era apaixonadíssima por um menino da minha classe, um loirinho azedo e cheio de espinhas, que tinha o cabelo mais comprido e mais bonito do que o meu. Ele não me dava a menor pelota porque era novo na escola e todas as meninas eram afins dele. E também porque eu tinha luxado o tornozelo dele durante o jogo de futebol na primeira semana de aula dele. Ele não entendia que aquilo era amor.
Bem, o fato é que tratei logo de entrar para o grupo de trabalho no qual ele estava, vislumbrando a possibilidade de passar tardes na casa dele (junto de outras 8 meninas, mas tudo bem). Certa tarde, fomos lá terminar um trabalho, acabamos depressa e começamos uma festinha, com músicas e refrigerantes. Eu estava começando a fumar e fui a sensação da festa porque tinha cigarros na bolsa e todas as menininhas quiseram experimentar. Daí uma das menininhas enjoou e passou um pouco mal e eu fui levá-la para lavar o rosto no tanque. Enquanto ela se restabelecia, percebi uma bacia de roupas de molho ao lado do tanque. Lá dentro, uma cuequinha (sunga) azul boiava. Era do meu amado. E tinha uma TREMENDA freada de bicicleta muito marrom nela. Fiquei horrorizada. Eu amava um cagão. Fiquei imaginando como aquilo podia ter acontecido: será que ele não limpava a bunda? Será que ele tentou dar um peidinho e se cagou? teria aquilo acontecido na escola? Teria aquilo acontecido enquanto eu estava por perto? Nunca descobri mas meu amor se acabou da mesma forma que a água sanitária acabou com a freadinha na cueca. Fui imediatamente para casa e troquei de grupo no segundo semestre. Chutei muito a canela dele pelo resto do ano e disseminei o acontecido pela escola. Desde então, o nome dele deixou de existir e ele passou a ser chamado de Cagão por todo mundo. E não pegou nenhuma menininha pelo resto dos dias letivos.

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