quinta-feira, outubro 17, 2002

Tenho visto muitas pessoas que acham que têm a obrigação de ser cool. Geralmente jornalistas, claro, essa raça escrota. Elas tem que estar sempre lendo algum livro difícil (não necessariamente chato, mas muitas vezes sim), de algum autor já morto, tem sempre que falar de algum filme do Godard (argh), tem sempre que usar adjetivos como "bárbaro" e "genial". Confesso que o tipo cool me irrita um pouco. Mesmo. Primeiro porque me lembra que eu não estou lendo nem vendo nenhuma dessas coisas e que eu não gosto de ler ou de ver essas coisas. às vezes me sinto mesmo culpada por isso, porque um pouquinho de cultura não ia me fazer mal. Mas todas as vezes que tentei ler algo como Balzac ou assistir algo como Godard me deu vontade de enfiar um prego enferrujado no olho. Eu levei seis meses para ler "Ilusões Perdidas" (era obrigatório para um trabalho de faculdade) e minha vida literária nunca foi tão infeliz. Daí quando alguém vem querer discutir esse tipo de coisa comigo e fica com aquela cara de "meu deus, ela está embriagada" quando eu falo o que eu acho, eu tenho vontade de vomitar na pessoa. Mas estou fugindo do assunto.
O assunto são as pessoas cool, que me irritam. Porque elas estão sempre falando do Chico, do Jabor, do Veríssimo. Elas estão sempre visitando lugarzinhos. Elas estão sempre olhando em volta. Elas estão sempre indo à festas chatas cheias de intelectualóides querendo mostrar como são cabeçudos.
Tudo isso me dá uma baita preguiça. Na verdade eu não ia me importar nada com as pessoas cool e poderíamos até ser amigas, quem sabe, se as pessoas cool não me estorvassem e não ficassem me perguntando se eu vi o horário político ontem. Que saco.

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