segunda-feira, novembro 11, 2002

ODE AO FIM DE UMA PAIXÃO



Ontem fez um mês que estou sem ele.
Olha, vou contar uma coisa. Como é difícil!!!!
Em todos os momentos difíceis (e também nos muito bons) ele estava lá. Sempre calado e elegante, me dando seu apoio. Nunca reclamou do modo como eu o tratei. Nunca me deixou na mão. Mas nossa relação foi se desgastando com o tempo, nós estávamos nos matando silenciosamente. Ele vingava-se por viver renegado tirando todo meu fôlego e deixando seu fedor em mim, nas minhas roupas, no meu cabelo. Eu, depois de saciada, amassava sua cara, ou simplesmente jogava-o na sarjeta.
Mas, como todos sabem, as relações doentias são as mais intensas e as mais difíceis de acabar. Porque tem emoção e paixão. Foram anos de indecisão, até que pedi a ele que me deixasse de vez. E ele se foi. Sofri terrivelmente na primeira semana. Não tinha fome, só tinha calafrios e dor de cabeça. Não conseguia dormir, não conseguia pensar em outra coisa que não fosse ele. Na segunda semana começou a ficar mais fácil, eu já era capaz de sorrir de novo. Mas ainda tinha tremores e dificuldade para dormir. Hoje, levo uma vida normal. Mas não se passa um dia sem que eu pense nele, em como fomos felizes. Nunca mais terei um companheiro igual, capaz de encher minha vida de colorido e prazer...
Mas já vejo vantagens. Consigo jogar uma partida inteira de futebol, meus dentes voltaram a ter uma cor parecida com o branco e meu cabelo continua com seu suave perfume de pêssego dois dias após a lavagem.
Adeus meu companheiro de 10 longos anos. Minha vida está melhor sem você, mas jamais esquecerei como fomos felizes, meu querido cigarrinho.

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