terça-feira, agosto 14, 2001

O texto abaixo é enorme, quem não tiver saco, não leia.
Eu já comentei que achei um absurdo a Marta ter deixado pra separar só depois de eleita. Acho que foi desonesto com eleitores que, como eu, só votaram nela por causa do Suplicy, político em quem eu confio e respeito muito. Mas eu acho que esse foi o único crime dela, no resto, está coberta de razão. Achei bem bacana esse texto do Gilberto Dimenstein, que saiu na Folha ontem:

Gilberto Dimenstein
E se Marta Suplicy fosse homem?

A cúpula do PT, a começar por Lula, está preocupada com os efeitos políticos do caso Marta Suplicy/Luis Favre: teme-se que o romance desemboque, direta ou indiretamente, na sucessão presidencial.

A prefeita já está numa posição vulnerável, segundo demonstram as pesquisas de opinião sobre seu prestígio administrativo. Uma eventual exploração de um caso amoroso talvez agrave ainda mais sua imagem, temem os marquetólogos do PT. O problema essencial de Marta é simplesmente ser mulher.

Marta optou pela separação com o senador Eduardo Suplicy, preferiu não manter uma relação de conveniência. Era óbvio que iria ferir as suscetibilidades de segmentos moralmente conservadores. Para completar, decidiu assumir sua paixão, apesar de estar ainda formalmente casada. Há, aqui, vários elementos para quem quiser explorar detalhes e jogá-los contra a prefeita, manipulando a moral e os ditos bons costumes.

A verdade nítida, cristalina, é a seguinte: se Marta fosse homem haveria, claro, muita fofoca. Mas, certamente, haveria muito menos incômodo e preocupações políticas. Isso porque, por trás deste caso, podem existir muitos segredos, mas há também muitos preconceitos.

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